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Paulo Jorge Pereira

Amílcar Mendes lê "Breves Respostas às Grandes Perguntas", de Stephen Hawking

Amílcar Mendes está de regresso às leituras por aqui e com ele voltam uma obra e um autor que também já marcaram presença no livroslidos.pt: "Breves Respostas às Grandes Perguntas", de Stephen Hawking.



É a obra que estava em andamento quando o famoso físico de inteligência prodigiosa morreu, a 14 de março de 2018, aos 76 anos. Só pôde ser concluído e editado graças aos esforços da família de Hawking, de companheiros do mundo académico e de quem ficou a gerir o seu espólio: tudo isto está, aliás, explicado numa nota inicial do editor, acrescentando-se que parte da receita das vendas é dedicada a obras de beneficência.

Hawking nasceu a 8 de janeiro de 1942, em Oxford, mudando-se com a família para St. Albans, perto de Londres, com apenas 8 anos. Quis estudar Matemática em Oxford, os pais pretendiam que fosse aluno de Medicina, mas, não estando disponível a Matemática, Stephen iria licenciar-se em Física no ano de 1962. Porém, com apenas 21 anos, adoeceu e o diagnóstico foi devastador, apontando para esclerose lateral amiotrófica. A doença causa degeneração de vários órgãos do corpo, levando a que os doentes vão perdendo movimentos e a capacidade de engolir, de falar e mesmo de respirar. Mas o cientista não se deixou abater e, com ajuda da primeira mulher, Jane, com quem se casou em 1965, e de diversos médicos, resistiu e foi contornando os inúmeros obstáculos colocados pela doença. Ainda nesse ano seria distinguido na área das Ciências Naturais e rumaria a Cambridge, doutorando-se no campo da cosmologia. Em Cambridge foi professor da área desejada desde o início (Matemática) e, depois, diretor do Departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica. A sua inteligência prodigiosa afirmou-se ao longo de uma carreira invulgar, durante a qual estudou a gravidade e a origem do Universo. No fim da década de 60, escreveu acerca da teoria da singularidade espaço-tempo com base na aplicação dos buracos negros a todo o Universo. Sobre estes, aliás, descobriu que, ao explodirem, soltam partículas e radiação. Seria autor de 14 livros, entre os quais "Uma breve história do tempo" ou "O Universo numa Casca de Noz". Apesar da doença de caráter degenerativo, Stephen Hawking transformou-se num símbolo da determinação e da resistência porque, embora preso a uma cadeira de rodas e tendo de recorrer a um programa de computador para falar, nunca deixou que os seus estudos e a sua ação científica fossem prejudicados, mantendo intacto o intelecto.

Pai de três filhos, ao longo da vida foi mantendo sempre uma intervenção dinâmica não apenas nas ciências, mas também na área dos Direitos Humanos, envolvendo-se em encontros com algumas das principais figuras da História contemporânea como, por exemplo, Nelson Mandela. Divorciado em 1991, casou-se quatro anos mais tarde com a enfermeira Elaine Mason de quem se divorciou em 2006.

A vida de Hawking foi adaptada ao cinema em 2015 num filme de James Marsh com Eddie Redmayne como protagonista num desempenho tão notável que lhe assegurou o Óscar para Melhor Ator. No prefácio do livro aqui apresentado, o ator, que foi convidado pela família a falar no funeral do cientista em sinal de apreço, fala do momento em que conheceu o físico e de como havia três imagens que lhe serviam de referência. "Uma era a de Einstein com a língua de fora, porque partilhava com Hawking o espírito brincalhão. Outra era a do joker num baralho de cartas, em que este surge como um marionetista, porque sempre senti que Stephen tinha as pessoas na palma da mão. E a terceira era James Dean. E foi isso que retirei do meu encontro com ele - o brilho e o sentido de humor."

Marco António Ribeiro foi o primeiro a trazer uma leitura deste trabalho de Stephen Hawking, a 7 de junho de 2020.


Tradução de Pedro Carvalho e Guerra (Planeta)


Publicado em outubro de 2018, meses depois da morte do génio da Física, o livro deixa um registo fulcral dos derradeiros pensamentos de Hawking sobre questões que têm preocupado a Humanidade.

Amílcar Mendes, ator e "dizedor de poesia", que também foi coordenador das noites de Poesia do Pinguim Café e do Púcaros Bar, no Porto, deixa-nos uma leitura diferente. A sua estreia aqui no blog registou-se a 5 de junho do ano passado com um excerto de "Gin sem Tónica, mas Também", de Mário-Henrique Leiria. Do dia 3 de julho é a leitura de "Poemas de Ponta & Mola", de Mendes de Carvalho, seguindo-se "Poema do Gato", de António Gedeão, a 7 de julho; "Funeral", de Dinis Moura, a 14 de julho; a 24 desse mês, a escolha recaiu em "Quadrilha", de Carlos Drummond de Andrade; voltou à aposta em António Gedeão com "Trovas para Serem Vendidas na Travessa de São Domingos" a 6 de agosto; a 10 de setembro, o poema "Árvore", de Manoel de Barros, foi a proposta. "Socorro", de Millôr Fernandes, foi a escolha de dia 11 de outubro e, a 29, foi apresentado "História do Homem que Perdeu a Alma num Café", de Rui Manuel Amaral. A 7 de novembro, Amílcar Mendes trouxe "A História é uma História", de Millôr Fernandes. "Aproveita o Dia", de Walt Whitman, foi a proposta a 27 de novembro. No dia 15 do mês seguinte, Amílcar Mendes leu "A Princesa de Braços Cruzados" , de Adília Lopes. A 19 surgiu "A Morte do Pai Natal", de Rui Souza Coelho. Quase um mês depois, a 17 de janeiro, apresentou "Uma Faca nos Dentes", de António José Forte. A 8 de fevereiro leu o poema "Não Cantes", de Al Berto. No dia 20, apresentou "Ano Comum", de Joaquim Pessoa. Uma semana mais tarde, a proposta centrou-se em dois textos de Mário-Henrique Leiria.

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