Ana Zorrinho conclui hoje a leitura de parte da obra "A Moça Tecelã", de Marina Colasanti.
É ítalo-brasileira, mas nasceu na cidade de Asmara, capital da Eritreia, então colónia sob domínio italiano, a 26 de setembro de 1937. Ainda viveria noutro país africano (Líbia), na cidade de Trípoli, antes de viajar com a família rumo ao Brasil, em 1948, radicando-se no Rio de Janeiro. Influenciada pela ascendência - um avô fora professor de artes e escritor, uma tia-avó cantara ópera, o pai era ator - iria dedicar uma vida inteira à Cultura sob as mais variadas formas. Começou a estudar pintura em 1952, um ano antes de perder a mãe, quando tinha apenas 16 anos. De 1956 é a sua entrada na Escola Nacional de Belas Artes, formação que iria revelar-se determinante para o seu trabalho futuro.
Antes, porém, entrou no universo do Jornalismo e, em 1962, iniciou funções no Jornal do Brasil. Iria equilibrar esse trabalho com a escrita, ilustração e publicação dos seus livros, estreando-se em 1968 com "Eu Sozinha", e acumulando hoje mais de meia centena de obras. Contos, crónicas, ensaios, poesia e literatura infantojuvenil constituem o diversificado trabalho literário de uma escritora que nunca deixou de lado a abordagem do feminismo, os problemas sociais, entre outros. "A Moça Tecelã", de que aqui se apresenta o segundo excerto hoje e um terceiro amanhã por Ana Zorrinho, é apenas um desses exemplos. Seria ainda tradutora, além de trabalhar em televisão e publicidade.
Dos livros publicados, destaque para obras premiadas como "Uma Ideia Toda Azul", "Entre a Espada e a Rosa", "Ana Z. Onde Vai Você", "Rota de Colisão", "Eu Sei, Mas Não Devia", "Penélope Manda Lembranças", "A Casa das Palavras e Outras Crónicas", "As Aventuras de Pinóquio", "Bicos Quebrados", "Minha Ilha Maravilha", "Passageira em Trânsito", "Com Certeza Tenho Amor", "Antes de Virar Gigante e Outras Histórias", "Minha Guerra Alheia", "Breve História de um Pequeno Amor", "Como uma Carta de Amor", "Stefano", "Quando a Primavera Chegar", "O País de João" ou "O Anel Encantado".
É possível saber mais e acompanhar o trabalho da autora aqui, no seu site. Casada com Affonso Romano de Sant'Anna, também escritor, Marina Colasanti é mãe de duas filhas (Fabiana e Alessandra).
Editorial Global
Marina Colasanti publicou, desde o final dos anos 60, obra diversificada e distinguida com inúmeros galardões.
"Histórias de um Tempo Só", o belo e poderoso livro de contos escrito por Ana Zorrinho e com maravilhosas ilustrações de Raquel Ventura, foi tema central do blog a 17 de julho do ano passado. Uma semana mais tarde, no dia 24, um precioso projeto com direção artística da escritora, a Oficina do Teatro, apresentou a sua leitura em conjunto de "Lágrima de Preta", inesquecível poema de António Gedeão, tão apropriado para os tempos que correm, marcados pelo recrudescimento do racismo. É caso para dizer que, com a escritora Ana Zorrinho, ficamos sempre a ganhar. A começar pela aprendizagem que nos proporciona. E, já agora, pela forma inesquecível como lê e dramatiza os textos - por exemplo, guardem bem na memória aquela última frase do trecho do livro de Mia Couto, "Venenos de Deus, Remédios do Diabo".
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