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  • Paulo Jorge Pereira

Carlos Nuno Granja lê "Agora e na Hora da Nossa Morte", de Susana Moreira Marques

É com a proposta do livro "Agora e na Hora da Nossa Morte", cuja autora é a jornalista e escritora Susana Moreira Marques, que o multifacetado Carlos Nuno Granja se estreia nas leituras por aqui. Bem-vindo, caro Carlos!



Jornalista freelancer com trabalho desenvolvido para diferentes meios de comunicação (Público, Jornal de Negócios, BBC, cronista na Antena 1), Susana Moreira Marques encontrou na escrita em suporte livro uma outra forma de transmitir mensagens que considera fundamentais. Na entrada do livro que hoje aqui é apresentado por Carlos Nuno Granja, a autora explica a origem da obra: "Desde 2009, o Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano da Fundação Calouste Gulbenkian apoia um projeto‑piloto de cuidados paliativos domiciliários, no Planalto Mirandês, em Trás‑os‑Montes. De aldeia em aldeia, uma médica, enfermeiros e outros profissionais de saúde ajudam dezenas de doentes, de várias idades, condições sociais e circunstâncias familiares, a passar o final de vida com o maior conforto possível, e a morrer, acompanhados, em casa. Este livro é o resultado de várias visitas, entre junho e outubro de 2011, a esse projeto e a essas pessoas."

Numa entrevista que concedeu ao programa "Ler+, Ler melhor" da RTP, a propósito da publicação do livro, a autora acrescentou tratar-se de "uma viagem a Trás-os-Montes, a um Portugal profundo e esquecido, e também uma viagem àquilo que todos tememos: o nosso final, a nossa decadência física, a nossa morte". Neste sentido, confirma, "é um livro um bocadinho duro, porque nos leva a enfrentar uma série de coisas que nem sempre queremos enfrentar".

No mais longe que se pode estar da capital, Susana Moreira Marques observou e analisou não apenas as difíceis condições sociais de diversos doentes, mas também a forma abnegada como uma série de profissionais de saúde lidavam, 24 horas por dia, com a delicada fragilidade da existência humana. No planalto mirandês, o mais remoto dos locais transmontanos, com aldeias muito distanciadas entre si, pessoas demasiado isoladas e quase inexistência de turismo, Susana teve a companhia do fotógrafo André Cepeda para que o registo do que via não se limitasse à escrita.

"Numa primeira viagem, pretendemos perceber a dinâmica da equipa de cuidados paliativos e o tipo de casos que havia, fomos ver muitas pessoas", revela a autora. "E depois começámos a escolher casos que considerámos mais interessantes para podermos aproximar-nos verdadeiramente das pessoas", acrescenta.

Voltaram em diversas ocasiões, entrando mais no dia a dia das famílias dos doentes e nas rotinas das equipas de saúde. Mas Susana Moreira Marques continuou a escrever depois desse livro publicado em 2012 e já com tradução em vários idiomas. Em 2019 recebeu uma bolsa literária do Ministério da Cultura e de 2020 é "Quanto Tempo Tem Um Dia", escrito com apoio da Fundação Francisco Manuel dos Santos, no qual a autora fala das suas experiências com as filhas e partilha as de outras mães com a respetiva descendência.


Tinta da China/Fotografia de André Cepeda


Susana Moreira Marques também publicou "Quanto Tempo Tem Um Dia", a propósito das suas experiências de maternidade e das de outras mulheres.

Nascido em Ovar no outono de 1975, Carlos Nuno Granja começou a escrever poemas aos 9 anos e aos 11 recebeu uma máquina de escrever. É professor do 1° ciclo de escolaridade há 23 anos, exercendo há três as funções de Professor Bibliotecário. Além disso, é formador certificado pelo Conselho Científico-Pedagógico de Formação Contínua na área das bibliotecas, da literatura e do português. O seu gosto pela escrita abrange todos os géneros, tendo 24 livros publicados (entre poesia, crónicas e literatura para a infância) nos nove anos que leva de vida literária. Outra importante missão que desempenha é o papel de programador do Festival Literário de Ovar desde a primeira edição, organizando também eventos literários e culturais no Museu de Ovar e na Casa do Povo local. Participou em inúmeros eventos literários - festivais, feiras do livro e tertúlias. Moderou mesas de conversa entre escritores e diversos agentes do meio literário. É dinamizador de várias ações culturais, sendo visto como "ativista cultural", expressão que lhe agrada pela simplicidade que a mesma transporta quando se trabalha por paixão.

Tem um programa de rádio sobre literatura na AV FM (A ler é que a gente se ouve) e um programa sobre a atualidade com diversos convidados ao longo do mês (Sobre tudo e sobre nada). Cometeu a loucura de abrir uma livraria em Ovar (Doninha Ternurenta). Tem colaborado com jornais locais (João Semana e Praça Pública) e com blogs e revistas relacionados com a literatura. Publicou um artigo no Público na edição de 17 de abril de 2020, no último dia da cerca sanitária de Ovar, precisamente o tema do seu texto. A paixão pelos livros, "sempre incompleta, é uma forma de acreditar no mundo e nas pessoas, e de duvidar de todas as certezas".

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