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  • Paulo Jorge Pereira

Débora Ribeiro lê "A Criança em Ruínas", de José Luís Peixoto

Mais jovem vencedor do Prémio José Saramago - tinha 27 anos quando foi distinguido, em 2001 -, José Luís Peixoto e um excerto da sua obra intitulada "A Criança em Ruínas" são as escolhas para a leitura de hoje em que podemos "ouver" a atriz Débora Ribeiro.



O próprio José Saramago se encarregou de avaliar as qualidades de José Luís Peixoto: "Uma das revelações mais surpreendentes da literatura portuguesa. É um homem que sabe escrever e que vai ser o continuador dos grande escritores", defendeu. E o percurso do multipremiado autor não tem defraudado essas elevadas expectativas. Muito antes dos elogios de Saramago, Peixoto nasceu na aldeia de Galveias, em Ponte de Sor, a 4 de setembro de 1974. Toda a infância e adolescência foi passada nesta zona do Alto Alentejo até ao momento em que rumou a Lisboa para os estudos superiores na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova. Aqui se licenciou em Línguas e Literaturas Modernas (especialidade de Estudos Ingleses e Alemães), seguindo-se anos como professor, missão que o levou mesmo a Cabo Verde. A estreia literária aconteceu em 2000 com a publicação de "Morreste-me" e, ainda nesse ano, de "Nenhum Olhar". De 2001 é a atribuição do Prémio José Saramago, distinção que ajudou na decisão de passar a ser um profissional da escrita. Logo nesse ano estreou-se na poesia com "A Criança em Ruínas", do qual aqui se apresenta um excerto.



Entre romance e poesia, José Luís Peixoto passou a publicar com regularidade: "Uma Casa na Escuridão", "A Casa, a Escuridão", "Antídoto", "Cemitério de Pianos", "Cal", "Gaveta de Papéis", "Livro", "Abraço". Em 2012 estende a sua influência às áreas de literatura de viagem ("Dentro do Segredo - Uma Viagem na Coreia do Norte") e infantojuvenil ("A Mãe que Chovia"). Quando torna a publicar é para o regresso aos romances com "Galveias" e "Em Teu Ventre". Em 2016, ganha o Prémio Oceanos para "Galveias", melhor livro do ano publicado em língua portuguesa no Brasil, segundo o júri "um mergulho no Portugal profundo, rural, com uma narrativa que alinha personagens emblemáticas desse universo arcaico" - fora finalista em 2009 com "Cemitério de Pianos" -, e volta a dedicar-se aos mais jovens ("Todos os Escritores do Mundo Têm a Cabeça Cheia de Piolhos") e às viagens ("O Caminho Imperfeito"). O mais recente romance é "Autobiografia", publicado em 2019, espécie de jogo de matrioskas que envolve Saramago e o próprio autor. Entretanto, desenvolve colaboração como cronista no jornal "Ponto Final" de Macau.


Quetzal Editores

A obra de José Luís Peixoto está traduzida em mais de duas dezenas de línguas.

Débora Ribeiro é atriz e tem 31 anos. Natural de Frende (Baião), tem "duas costelas a mais - uma em Ermesinde (Porto) e outra em Vila Real, onde trabalho profissionalmente numa companhia de Teatro (Filandorra) há 9 anos". Neste momento, devido às pandemia e à crise cultural, encontra-se em layoff, em casa e "com muitas saudades do palco". E como começou tudo? "Iniciei esta aventura do 'faz de conta' em 2004 quando fui estudar teatro numa escola profissional (Balleteatro) e fui flutuando até às ESMAE (Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo) onde tive a possibilidade de trabalhar com alguns encenadores de sonho..." Depois da licenciatura, "fui até Trás-Os-Montes, onde me encontro a trabalhar até hoje". Além disso, teve uma ligeira passagem de nove meses por uma companhia em Lisboa (companhia de teatro O Sonho) que lhe deu "mais bagagem e fortaleceu ainda mais o sonho de ser actriz!"

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