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Paulo Jorge Pereira

Especial Dia Mundial do Livro com quatro prémios Nobel

O historial do Nobel da Literatura tem 116 vencedores, mas apenas 15 são mulheres. Aqui deixo leituras de Olga Tokarczuk (2018, mas anunciada apenas no ano passado), Svetlana Alexievich (2015), Alice Munro (2013) e Herta Müller (2009), as quatro mais recentes que foram distinguidas pela Academia.



A polaca Tocarkzuk vem da cidade de Sulechów, onde nasceu a 29 de janeiro de 1962, embora parte importante da sua infância e adolescência tenha sido passada em Kietrz, próxima da fronteira com a então Checoslováquia. Fascinada por Carl Jung, é formada em Psicologia pela Universidade de Varsóvia e trabalhou em várias clínicas, não só enquanto estudava, mas já depois de se licenciar. "Deixei essa área depois de trabalhar com uma paciente e perceber que era muito mais perturbada do que ela", confessou numa entrevista ao The Guardian, em abril de 2018. Os primeiros escritos remontam à década de 70, ainda sob o pseudónimo de Natasza Borodin, mas apenas se estreou a publicar com uma obra de poesia, "Miasta w Lustraché" (Cidade em Espelho), em 1989. No entanto, não iria limitar-se a esse género e, nos livros que se seguiram, entrou no território do romance: "A Viagem das Pessoas-Livros" (1993) e "Prawiek i inne czasy" (Primitivo e Outros Tempos), de 1996, este o primeiro êxito de vendas. Entretanto, casou-se com um psicólogo e foi mãe de um rapaz.

Viajou muito, de Taiwan à Nova Zelândia, continuando a escrever. "Viagens" e "Conduz o teu Arado sobre os Ossos dos Mortos", únicos publicados em Portugal, são outros livros da sua autoria, este último adaptado ao cinema pela compatriota Agnieszka Holland sob o título "Spoor" (podem ver aqui a apresentação) e premiado no Festival de Berlim com o Urso de Prata. Mas uma agência de notícias polaca classificou a película como "um trabalho profundamente anticristão e promotor do ecoterrorismo". A escritora explicou-o de outro modo na entrevista mencionada acima: "Escrever um livro como este só para saber quem é o assassino é desperdiçar tempo e papel. Por isso, resolvi acrescentar direitos dos animais e cidadãos dissidentes que se apercebem da imoralidade da lei e tentam ver até onde conseguem chegar com a sua contestação", referiu. Começando logo pelo título, o livro está recheado de referências à poesia de William Blake.

Uma outra faceta de Olga Tokarczuk é a defesa de causas (feminismo, animais, ecologia, direitos LGBT+), mas também a denúncia da colaboração polaca com perseguições nazis aos judeus. Conforme recorda o diário inglês, na obra "Os Livros de Jacob", um épico histórico com 900 páginas que vendeu mais de 150 mil exemplares, é abordada a conversão forçada de judeus ao catolicismo no século XVII. A autora foi entrevistada na televisão e falou sobre os "terríveis atos de colonização" que manchavam a História do país. Esta situação colocou-a sob a mira da extrema-direita na Polónia, chamaram-lhe "targowiczanin" (traidora) e a sua editora foi mesmo forçada a contratar guarda-costas, perante o número crescente de ameaças à vida da escritora. No ano passado, o seu nome foi anunciado ao lado do de Peter Handke como vencedores do Nobel da Literatura, depois de, em 2018, o prémio ser suspenso na sequência do escândalo com abusos sexuais e apostas ilegais que atingiu Jean-Claude Arnault, casado com Katarina Frostenson, que deixou a Academia sueca depois do sucedido.

Tradução de Teresa Fernandes (Cavalo de Ferro)

"Fui muito ingénua. Acreditei que a Polónia seria capaz de discutir as zonas sombrias da nossa História", afirmou ao diário The Guardian pouco antes de ser distinguida com o Man Booker Prize Internacional pela obra "Viagens".

Tokarczuk tem conjugado a atividade da escrita literária com aulas sobre esta área que dá na Universidade de Cracóvia. Foi a sexta a vencer o Nobel da Literatura na Polónia e a segunda mulher, depois de Wislawa Szymborska (1996).

 

Jornalista que deu voz a sobreviventes de conflitos e desastres no espaço da antiga União Soviética e não só, a bielorrussa Svetlana Alexievich movimenta-se por entre emoções extremas com o à-vontade de quem não receia o choque.



Até ao momento em que conquistou o Nobel da Literatura, em 2015, a única obra de Svetlana Alexievich publicada em Portugal era "O Fim do Homem Soviético" (Porto Editora). Só depois chegaram "A Guerra não tem Rosto de Mulher" (editado originalmente em 1985), "As Últimas Testemunhas" (livro de 2016), "Rapazes de Zinco" (1992) e "Vozes de Chernobyl" (2006), todos publicados pela Elsinore. Quando a distinguiu, a Academia sueca argumentou que estava a premiar alguém com "uma escrita polifónica, monumento ao sofrimento e à coragem na nossa época" - os cinco livros de Alexievich constituem o projeto Vozes da Utopia, construído com base em milhares de depoimentos recolhidos em territórios diversificados. Para trás estava um longo percurso de trabalho e esforço para construir um estilo próprio. Filha de pai bielorrusso e mãe ucraniana, a futura jornalista nasceu na cidade ucraniana de Ivano-Frankovsk, então sob domínio soviético, a 31 de maio de 1948. Quando o pai deixou o Exército, a família voltou para a Bielorrússia, instalou-se numa pequena localidade e os pais tornaram-se professores. Alexievich deixaria a escola para ser repórter num jornal de Narovl, mas iria estudar Jornalismo na Universidade em Minsk. A sua coragem, o seu espírito arguto e inquieto levou-a a investigar e escrever sobre temas que vão desde o sofrimento de mulheres e crianças durante a II Guerra Mundial até à invasão soviética do Afeganistão ou ao acidente na central nuclear de Chernobyl. Pelo caminho despertou ódios e perseguições: em 2000, o regime ditatorial de Alexander Lukashenko não lhe deixou alternativa que não fosse procurar o exílio. Passou por Paris, Gotemburgo e Berlim antes de ser seguro regressar a Minsk, algo que só aconteceu em 2011.

Segundo o diário The Guardian, no seu blogue a jornalista admite que o estilo de escrita que adotou é muito influenciado pelo do bielorrusso Ales Adamovich, conhecido como uma espécie de "romance coletivo, coro épico ou pessoas a falarem de si próprias". O jornal cita uma entrevista de Alexievich em que a escritora pormenoriza: "Procurei um método literário que me permitisse o mais possível a aproximação à vida real. A realidade sempre me atraiu como um íman, torturou-me e hipnotizou-me, quis sempre capturá-la no papel. Por isso apropriei-me de imediato deste género com vozes e confissões humanas, testemunhos e documentos. É assim que vejo e ouço o mundo - como um coro de vozes individuais e uma coleção de pormenores do dia a dia. É assim que funcionam os meus olhos e os meus ouvidos. Desta forma, todo o meu potencial mental e emocional é preenchido na totalidade. Assim consigo ser, em simultâneo, escritora, repórter, socióloga, psicóloga e sacerdotisa", sintetizou.

Tradução de Galina Mitrakhovich (Elsinore)

"Baseado nos depoimentos, recolhidos ao longo de dez anos, de mais de cinco centenas de testemunhas (polícias, bombeiros, pessoal da limpeza, políticos, médicos e cidadãos comuns), 'Vozes de Chernobyl' é um relato impiedoso do peso em vidas humanas e do sofrimento que se seguiu à explosão do reator número 4 da central nuclear, a 26 de abril de 1986", recorda o diário The Guardian.

O livro "Vozes de Chernobyl" deu origem a uma curta-metragem realizada pela irlandesa Juanita Wilson que recebeu uma nomeação para o Óscar em 2010 e foi premiado nos Irish Film & TV Awards.

 

Tinha 82 anos quando foi premiada em 2013 e, porque a saúde não lho permitia, teve de ser a filha Jenny a viajar até Estocolmo para receber o galardão. A distinção a Alice Munro encheu de alegria quem acompanhava os seus contos desde as primeiras publicações, ainda nos anos 60.



"Foi preciso esperar mais de uma centena de anos, mas, finalmente, o Nobel da Literatura premeia uma pura escritora de contos", regozijou-se Jonathan Franzen, romancista norte-americano que escrevera em 2004, no New York Times, um artigo apaixonado sobre a escrita da autora canadiana, como lembrou Lisa Allardice em 2013 no diário The Guardian. Não era a primeira manifestação de admiração por Alice Munro, mas, por entre o entusiasmo suscitado com a conquista do Nobel, tornou-se a recordação mais emblemática. Anos antes, em 2006, numa entrevista concedida a Allardice após a publicação de "A Vista de Castle Rock", não parecia possível que Munro, colocando a si própria inúmeras dúvidas, continuasse a sua vida literária. "Quanto tempo da minha vida gastei seguindo esta estrada, que outras coisas poderia ter feito, e que quantidade de energia retirei a outras coisas?", interrogava-se a escritora. "É muito estranho pensar nisto agora, porque as minhas filhas estão adultas, não precisam de mim à sua volta, e no entanto tenho a sensação de que vivi apenas uma parte desta vida e existe outra que não vivi", acrescentava. Seis anos mais tarde, quando entregou "Amada Vida" a Douglas Gibson, seu editor de muitos anos, disse-lhe que era o seu último livro e este acreditou.

Alice Ann Laidlaw - só seria Munro mais tarde - nasceu a 10 de julho de 1931, na localidade de Wingham. Os primeiros anos da sua existência, marcados pela depressão económica, foram passados numa quinta próxima. Cedo teve de apelar à coragem para enfrentar o quotidiano, porque a mãe, afetada pela doença de Parkinson de forma prematura, deixou de poder ocupar-se da família. Tinha nove anos quando assumiu a responsabilidade de cuidar da irmã e do irmão mais novos. "A relação com a minha mãe é, talvez, o material que mais aproveitei para os livros", contou na entrevista de 2006. "Quando estamos a crescer, é preciso que nos afastemos daquilo que a nossa mãe pretende ou precisa, temos de seguir o nosso próprio caminho, e penso que foi isso que fiz", acrescentou. "Claro que ela estava numa posição muito vulnerável, mas que era também, em certo sentido, uma posição de poder. Isso foi sempre uma questão central da minha vida, o facto de a ter deixado quando precisava de mim. Mas continuo convencida de que sair foi a minha salvação", recordou. Não a visitou na fase terminal da doença, nem marcou presença no seu funeral. "Em muitos aspetos, passei toda a minha vida a escrever histórias pessoais", admitiu. E a jornalista reconhece que os seus livros são um retrato fiel do que se foi passando com a sua existência - desde as referências já indicadas até à forma como obteve uma bolsa para entrar na universidade, o casamento com Jim Munro, em 1951, com apenas 20 anos, as mudanças para Vancouver e para Victoria, onde o marido abriu uma livraria, o facto de ter sido mãe ainda muito jovem ou o fim do casamento em 1973.

Mãe de três filhas aos 26 anos no primeiro casamento (uma outra morreu com dois dias de existência), soubera estar atenta e ler o que considerava fundamental para a sua escrita, incluindo autoras como Carson McCullers, Flannery O'Connor ou Eudora Welty. Tentou empenhar-se mais na vida literária (que começara nos anos 50, mas só tivera a primeira publicação em 1968 com "Dance of the Happy Shades"), mas uma das filhas, que publicou um livro de memórias, conta que a mãe "tinha a máquina de escrever ao lado da máquina de lavar roupa, do secador e de uma tábua de engomar". Em 1961, depois de algumas histórias suas serem apresentadas em jornais locais e na rádio, o Vancouver Sun dedicou-lhe um artigo cujo título, conforme lembra Allardice, era: "Doméstica arranja tempo para escrever contos". Voltou à sua universidade, mas passou por uma fase de depressão em que se lhe tornou muito difícil escrever. Tentou várias vezes escrever um romance, mas não encontrou o tom e o ritmo certos. à leitura de Edna O'Brien e William Maxwell atribui o facto de ter conseguido ultrapassar esses momentos delicados, regressando à escrita com "Vidas de Raparigas e Mulheres". Divorciou-se de Jim e foi ensinar escrita criativa na Universidade de Toronto, mas ficou poucos meses. Contudo, conheceu Gerald Fremlin, a primeira pessoa a quem enviara o seu trabalho quando ele era responsável pelo jornal universitário, tendo recebido elogios como a comparação a Anton Tchekhov. Foi viver com Gerry em Clinton, na casa onde ele nascera e a mãe se encontrava doente, a partir de agosto de 1975, voltando a casar-se em 1976, ano do primeiro contrato de edição assinado com Douglas Gibson.

Num novo contexto familiar e social, tornou a absorver cada minúscula partícula do quotidiano, inspiração que sempre considerou "mais do que suficiente" para escrever os seus textos de fôlego mais contido, mas com forte impacto. "Talvez escreva histórias em que as pessoas se sentem envolvidas", disse a Lisa Allardice. "Talvez sejam a complexidade e as vidas que aparecem nessas histórias. Espero que emocionem as pessoas. Posso falar por mim - quando gosto de uma história é porque me atingiu com força no peito", salientou. Apesar de se mostrar cética quanto à possibilidade de continuar a escrever, não deixou de publicar livros. Em 2009 recebeu o Man Booker Prize Internacional. Porém, em abril de 2013, a sua vida sofreu rude golpe quando Gerry Fremlin, o segundo marido de quem se sentia tão próxima, morreu aos 88 anos. Precisou de ir buscar forças ao mais fundo de si própria para manter o equilíbrio emocional. O Nobel, concedido meses depois, foi uma ajuda inesperada. A mulher que, segundo revela, sabia desde os 14 anos que pretendia ser escritora, ainda tinha histórias para contar. E continuou a fazê-lo. Porque agora já não se erguiam os obstáculos desse tempo quando "não se devia despertar atenções" sobre si própria. Fosse por "ser canadiana, mulher ou até pelas duas".

Tradução de Sérgio Flaksman (Companhia das Letras)

"Não creio que seja capaz de escrever mais. Dentro de dois ou três anos serei demasiado velha e estarei demasiado cansada", confessou Munro em entrevista ao diário The Guardian em 2006. Tinha 75 anos. Depois disso, já publicou outros dois livros. Tem 88.

Em Portugal, a Relógio d'Água publicou nove obras de Munro: "Fugas", em 2007 (a edição que se lê no vídeo é a brasileira e tem como título "Fugitiva"), "O Amor de uma Boa Mulher" (2008), "A Vista de Castle Rock" (2009), "Demasiada Felicidade" (2010), "O Progresso do Amor" (2011), "Amada Vida" (2013) e, todas em 2014, "Vidas de Raparigas e Mulheres", "Falsos Segredos" e "Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento".


 

O pai esteve na II Guerra Mundial ao serviço das Waffen SS e a mãe, com apenas 17 anos, seria deportada para um gulag na antiga União Soviética, ali ficando durante cinco anos. Herta Müller nasceria a 17 de agosto de 1953, na cidade romena de Nitzkydorf, onde vivia uma minoria de alemães.



Não houve facilidades para Herta, cujo pai passou a ser condutor de camiões no pós-guerra. A jovem iria dedicar-se ao estudo de Literatura germânica e romena na Universidade de Timisoara, aqui conhecendo e integrando o Aktionsgruppe Banat, círculo de escritores que se batiam contra a ditadura de Ceausescu. Concluídos os estudos, no final dos anos 70 foi tradutora numa fábrica de maquinaria, mas seria afastada porque rejeitou a colaboração como informadora da Securitate, polícia secreta do regime que continuaria a persegui-la mesmo depois do despedimento. Tornou-se professora num infantário e deu explicações de alemão, mas, perante as constantes ameaças de que era alvo preferencial, Müller fugiu em 1987 para a República Federal Alemã, acompanhada pelo marido, o também escritor Richard Wagner. De 1982 é o seu primeiro livro, intitulado "Niederungen" e cuja primeira edição, ainda na Roménia, foi objeto da censura, tendo sido publicado o livro na íntegra em 1984 na Alemanha. "Drückender Tango" foi a obra seguinte, percebendo-se que os temas fortes da sua escrita gravitavam em torno do que era viver oprimida em ditadura, rodeada de corrupção e intolerância, mas também do exílio. Ao Frankfurter Allgemeine Zeitung, a escritora haveria de confessar que "a experiência mais esmagadora fora a de viver sob regime ditatorial na Roménia", acrescentando: "E viver apenas a algumas centenas de quilómetros na Alemanha não significa apagar pura e simplesmente essa experiência. Trouxe comigo o passado quando saí e recordo que as ditaduras continuam a ser um tema de conversa na Alemanha". Vive em Berlim e já foi professora convidada em inúmeras universidades europeias.

As memórias do que vivera na Roménia nunca se apagaram. Em 1999, considerando tratar-se de "um dever", escreveu "Hertzier" (traduzido como "A Terra das Ameixas Verdes"), história de cinco jovens que sofrem sob o regime de Nicolae Ceausescu, uma homenagem expressa "aos amigos que foram assassinados pela ditadura". Quando lhe foi atribuído o Nobel da Literatura, Peter Englund, secretário permanente da Academia sueca até 2015, deixou-lhe elogios. "Por um lado, trata-se de uma escritora excelente que utiliza linguagem verdadeiramente fantástica; por outro, é notável como consegue transmitir através da escrita aquilo que é viver sob um regime ditatorial; aquilo que é pertencer a uma minoria num outro país e ainda como é ser um exilado", defendeu. Em entrevista ao site da organização do Prémio Nobel, Müller afirmou que sempre escreveu para si própria e aprofundou: "Para clarificar as questões para mim mesma e compreender aquilo que de facto se passava. Venho de uma localidade muito pequena, depois seguiu-se a cidade e houve sempre descontinuidades, eu era da minoria alemã e não pertencia a lado nenhum. Depois até com a minoria alemã tive conflitos porque consideravam que, logo no meu primeiro livro, eu traíra a minha origem. Tudo porque me referi ao envolvimento no Nacional Socialismo e sobre o estilo de vida arcaico e o etnocentrismo naquela localidade. Não me perdoaram, porque queriam literatura sobre a pátria e sentiram que os comprometia. Fui excluída dali, tal como me excluíram da sociedade romena por motivos políticos. E, mais tarde, quando cheguei à Alemanha, olhavam-me como romena, isto é, fui sempre vista como um corpo estranho onde quer que estivesse", disse.

Embora a sua língua materna seja o alemão, Herta Müller também aprendeu a expressar-se em romeno e contou na entrevista como era influenciada a sua escrita em função do domínio de ambas as línguas. "Só aprendi romeno já tarde, aos 15 anos, e fi-lo porque gostava do idioma. É uma língua muito sensual, poética, carregada de imagens e muito rica em metáforas. Tem muitas diferenças por comparação com o alemão e, no fundo, acabo por conseguir um olhar diferente acerca das mesmas coisas. É como se a linguagem tivesse olhos diferentes", comparou.

Tradução de Carola Saavedra (Companhia das Letras)

"Se me excluem por causa de quem sou e daquilo que penso, então que seja assim. Não posso andar a dar saltos mortais ou a fingir que sou uma pessoa diferente daquilo que sou apenas em nome da inclusão. Além disso, não iria funcionar: a partir do momento em que não pertencemos a algum lado, acabou", disse em entrevista ao site do Prémio Nobel.

Em Portugal estão editadas seis obras da Nobel da Literatura de 2009: "O Homem é um Grande Faisão sobre a Terra" (1993), pela Cotovia; "A Terra das Ameixas Verdes" (2009), com chancela da Difel; "Tudo o que eu Tenho Trago Comigo" (2010, pela D. Quixote, cuja edição brasileira é lida no vídeo aqui apresentado); "O Rei faz Vénia e Mata" (2011, Texto Editores); "Hoje Preferia não me ter Encontrado" (2011) e "Já Então a Raposa era o Caçador" (2012), ambos da D. Quixote.

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