No Dia Mundial do Teatro e num período em que o racismo e a barbárie emergem um pouco por todo o mundo, aqui se recupera o momento em que um grupo de jovens estudantes, sob a direção de Ana Zorrinho, deixou um exemplo bem eloquente com a leitura do poema "Lágrima de Preta", um dos mais famosos de António Gedeão.
Tomás Vilela (título de abertura/narrador), Manuel Ruiz, Mafalda Silva, Filipa Sousa, Renato Pereira, Madalena Matias, Maria Clara Bernardino, Rita Cruz: são estes os nomes dos estudantes que "ouvemos" a interpretar o poema "Lágrima de Preta", de António Gedeão. Numa altura em que o racismo volta a ser um flagelo pelo mundo fora, com especial destaque nos Estados Unidos da América, mas também com a barbárie da guerra a flagelar a Ucrânia, a Síria, o Iémen, entre outros países, vale a pena compreender e elogiar o exemplo deste projeto. Conforme pode ler-se no site da entidade, "no mês de maio de 2020, a Fundação Caixa Agrícola Costa Azul enfrentou o desafio de iniciar as aulas da Oficina de Teatro e Expressão Criativa à distância". E, "sob a orientação artística de Ana Zorrinho, o grupo de alunos, com uma média de idades de 14 anos e sem nunca se terem encontrado pessoalmente, desenvolveram de raiz uma interpretação do poema 'Lágrima de Preta', de António Gedeão, depois de, em conjunto, abordarem e refletirem sobre o tema do racismo".
Uma forma lindíssima de "capacitar os jovens para a criação de competências como falar em público, interpretar e trabalhar em grupo ao mesmo tempo que desenvolvem o gosto pela arte em geral e pelo teatro em particular", sintetiza Ana Zorrinho. O trabalho literário da escritora foi tema abordado pelo livroslidos.pt no dia 17 de abril de 2020 com a leitura d'"O Louco", um dos contos que compõem a sua obra "Histórias de um Tempo Só". Já as suas leituras passaram por aqui em agosto de 2020 com Mia Couto e também em agosto do ano passado, apresentando vários trechos da obra "A Moça Tecelã", de Marina Colasanti.
Direção artística de Ana Zorrinho
Esta leitura do poema "Lágrima de Preta" é uma belíssima forma de os jovens apresentarem uma reflexão inteligente sobre o tema do racismo.
António Gedeão já foi alvo de atenção aqui no blog, por exemplo, a 17 de abril de 2020 quando o escritor Joel Neto leu "Aurora Boreal". Mas também em julho e agosto de 2021 com Amílcar Mendes: primeiro, com "Poema do Gato"; depois, lendo "Trovas para Serem Vendidas na Travessa de São Domingos".
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