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Especial Homenagem a Affonso Romano de Sant'Anna: Armando Liguori Junior lê "Algo Está em Movimento"

  • Paulo Jorge Pereira
  • Mar 6
  • 5 min read

A proposta que hoje volta, apresentada por Armando Liguori Junior, é uma homenagem à poesia de Affonso Romano de Sant'Anna: o escritor, de 87 anos e que sofria de Alzheimer desde 2017, morreu hoje. Era marido de Marina Colasanti, cujo trabalho literário nos chegou pela voz de Ana Zorrinho, e que falecera em janeiro vítima de complicações da doença de Parkinson.



Poesia, crónicas e ensaios foram o terreno de trabalho literário para Affonso Romano de Sant'Anna, nascido a 27 de março de 1937 na cidade mineira de Belo Horizonte, e hoje falecido. Completou formação superior em Letras Neolatinas (1962) e, nesse mesmo ano, publicou o ensaio intitulado "O Desemprego da Poesia". De 1965 é o seu primeiro livro de poesia, "Canto e Palavra" e o escritor vai desenvolvendo uma escrita de contestação à ditadura militar, espraiando a sua luta por diferentes publicações. Doutora-se na área de Literatura Brasileira sete anos mais tarde com base no trabalho sobre o poeta Carlos Drummond de Andrade. Pouco depois, chega o momento de ensinar na universidade em pleno Rio de Janeiro e prossegue o seu combate contra o regime totalitário.

No percurso como docente universitário, iniciado em 1965 na Califórnia, passa por diferentes países, incluindo Alemanha, Dinamarca, Portugal e França. Em 1972, "Análise Estrutural de Romances Brasileiros" é publicado, seguindo-se "Poesia sobre Poesia" (1975), "A Grande Fala do Índio Guarani" (1978) e "Que País É Este?" (1980). O ano de 1984 marca um momento fulcral para Romano de Sant'Anna: passa a escrever a coluna que fora de Carlos Drummond de Andrade no Jornal do Brasil. Publica "O Canibalismo Amoroso" e "Política e Paixão" (ambos ainda em 84), "Como se Faz Literatura" (1985), "A Mulher Madura" (1986), "O Imaginário a Dois" (a quatro mãos com a mulher em 1987), "O Homem que Conheceu o Amor" (1988), "Agosto 1991: Estávamos em Moscovo" (também com a mulher, 1991), "O Lado Esquerdo do Meu Peito" (1993), "Fizemos Bem em Resistir" e "Mistérios Gozosos" (ambos de 1994), "Desconstruir Duchamp: Arte na Hora da Revisão" (2003) e "Sísifo Desce a Montanha" (2011).

Casada com Affonso Romano de Sant'Anna desde 1971, Marina Colasanti era mãe de duas filhas (Fabiana e Alessandra) e morreu em janeiro. É possível saber mais sobre o trabalho da autora aqui, no seu site. Ana Zorrinho trouxe-a aqui com a leitura, em três episódios, da obra "A Moça Tecelã".


L&PM Editores


Romano de Sant'Anna recebeu diversos prémios e, desde 1971, era casado com a também escritora Marina Colasanti.

Armando Liguori Junior, ator e jornalista de formação, publicou, em 2023, "Eu Poderia Estar Matando" e, mais recentemente, as obras "Sempre Haverá uma Gota de Sangue em cada Poema" (uma novela policial) e "Latidos: Poemas de Amor ou quase ou nem" (poesia). Mas tem outros livros publicados: três de poemas ("A Poesia Está em Tudo" – Editora Patuá 2020; "Territórios" – Editora Scortecci 2009; o recente "Ser Leve Leva Tempo", que já aqui apresentou; e um de dramaturgia: "Textos Curtos para Teatro e Cinema (2017) – Giostri Editora). Atualmente mantém um canal no YouTube (Armando Liguori), dedicado a leituras literárias, especialmente de poesia.

Relembro que o meu Amigo esteve em Portugal, dirigindo e atuando pelo Coletivo de Teatro Commune - no Espaço Arenes, em Torres Vedras, e em Montemor-o-Novo, no Cineteatro Curvo Semedo, com a comédia "Ubu Rei", tendo por base a obra de Alfred Jarry. Foi a Companhia João Garcia Miguel que começou por receber, em Torres Vedras, o meu Amigo Armando Liguori Junior e o restante coletivo para a comédia "Ubu Rei", num elenco com Augusto Marin, Esther Góes, Fabricio Garelli, Natalia Albuk, Paulo Dantas e Juliano Dip. No dia 21 de março, às 21h30, estiveram também no Cineteatro Curvo Semedo, em Montemor-o-Novo, para outra sessão da sua comédia.

Nesta visita, além do sucesso alcançado junto do público com a oportuna comédia, houve finalmente a oportunidade de nos encontrarmos sem ser via Internet.

Estreou-se nas leituras aqui para o blog com "Se te Queres Matar Porque Não te Queres Matar?", de Álvaro de Campos, a 15 de julho de 2020, seguindo-se "Continuidades", de Walt Whitman, a 7 de agosto e "Matteo Perdeu o Emprego", de Gonçalo M. Tavares, a 11 de setembro, várias leituras do meu "Murro no Estômago" (a 16 de outubro de 2020 e a 5 de setembro de 2021). Em 2021, a 12 de fevereiro, apresentou "Pelo Retrovisor", de Mário Baggio, seguindo-se "A Gaivota", de Anton Tchekhov, a 27 de março, Dia Mundial do Teatro; "A Máquina de Fazer Espanhóis", de Valter Hugo Mãe, a 5 de maio, Dia Mundial da Língua Portuguesa; e, a 10 de junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, com leituras de "Cheira Bem, Cheira a Lisboa", de César de Oliveira, e um trecho de "Viagem", de Miguel Torga. A 26 de outubro surgiu "O Medo", de Carlos Drummond de Andrade, e Niels Hav com "Em Defesa dos Poetas" foi o passo seguinte, a 28. Antes de hoje, Armando Liguori Junior apresentara "Algo Está em Movimento", de Affonso Romano de Sant'Anna, a 30 de outubro de 2021. A 2 de março de 2022 leu "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá", de Jorge Amado, e no dia 6 apresentou "A Máquina", de Adriana Falcão. "As Coisas", de Arnaldo Antunes, foi a proposta de 13 de março.

A 5 de maio, Dia Mundial da Língua Portuguesa, leu "Ser Leve Leva Tempo". A 13, Armando Liguori Junior deixou outro exemplo de talento ao ler "Pássaro Triste", do seu livro "Toda Saída É de Emergência". No dia 19, Cecília Meireles e o poema "Escolha o seu Sonho" foram as propostas. Seguiu-se um excerto de "Macunaíma", de Mário de Andrade, a 27 de maio. De 3 de junho é a proposta de leitura de "Sapatos", de Rubem Fonseca. A 4 de novembro leu "Samadhi", de Leila Guenther. De dia 24 é "Carta a Meus Filhos sobre os Fuzilamentos de Goya", de Jorge de Sena. "O Gato e o Pássaro", de Jacques Prévert", foi a leitura de 29 de novembro.

A 13 de janeiro trouxe um poema de Cristina Peri Rossi. A 5 de maio, no Especial sobre o Dia Mundial da Língua Portuguesa, aqui voltou o seu "Ser Leve Leva Tempo". A 18 de maio voltou "O Medo", de Carlos Drummond de Andrade. No dia 5 de junho apresentou "O Poeta Fernando", inserido no seu novo livro intitulado "Eu Poderia Estar Matando". A 15 de junho regressou "Algo Está em Movimento", de Affonso Romano de Sant'Anna. A 19 de junho leu "O Último Poema do Último Príncipe", de Matilde Campilho. A 28 de agosto voltou "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá", de Jorge Amado. De 9 de novembro é a leitura do meu terceiro livro, "Filho da PIDE". "Diluição", de Joana M. Lopes, foi lido a 29 de novembro. Voltou a 5 de dezembro com "Escolha o seu Sonho", de Cecília Meireles. A 28 de dezembro leu "Os Invisíveis", de José Henrique Calazans. "Samadhi", de Leila Guenther, voltou a 19 de janeiro. De 29 de janeiro é o poema "Ama os teus Sonhos", de Alice Vieira. A 9 de fevereiro leu "Coisas Que Não Há Que Há", de Manuel António Pina. De 19 desse mês é uma nova leitura do meu segundo romance e terceiro livro, "Filho da PIDE". A 16 de março regressou "Os Invisíveis", de José Henrique Calazans. A 2 de abril trouxe uma outra leitura de um excerto de "Filho da PIDE", algo que se repetiu a 8 e a 24 e a 4 de maio. A 18 de junho leu "Regresso", de Manuel Alegre. De dia 6 é a leitura de um trecho da "Ode Marítima", de Álvaro de Campos."Escolha o seu Sonho", de Cecília Meireles, voltou a 27 de dezembro. "O Último Poema do Último Príncipe", de Matilde Campilho, regressou a 5 de janeiro.

 
 
 

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