Com três romances publicados, a irlandesa Sally Rooney ganhou notoriedade à escala mundial. Neste caso, pela voz de Inês Henriques, apresenta-se um trecho do livro "Normal People", que foi adaptado para uma série televisiva.
"Conversations with Friends" (2017), "Normal People" (2018) e o mais recente "Beautiful World, Where Are You" são os romances escritos pela irlandesa Sally Rooney e que lhe asseguraram relevo no panorama literário internacional e não só. De tal forma que, além das nomeações para diferentes galardões, Rooney, também argumentista, viu os dois primeiros livros serem adaptados para televisão: no primeiro caso, uma série que a Hulu e a BBC devem apresentar no próximo ano e um elenco que integra, entre outros, Joe Alwyn, Jemima Kirke, Sasha Lane, Alison Oliver ou Emmanuel Okoye; no segundo, já em exibição, outra série, também adaptada por Hulu e BBC, a passar na HBO e com Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal.
Licenciada em Literatura Inglesa e Americana pelo Trinity College, Sally Rooney nasceu na cidade de Dublin, a 20 de fevereiro de 1991. Além dos romances já mencionados é autora de poesia, ensaios e contos, trabalhos que, ao longo dos anos, foi publicando em diferentes revistas. Nas entrevistas que tem dado sobre a sua obra, a escritora esclareceu que o primeiro livro "começou por ser um conto", evoluindo depois para romance. Escrito por entre o seu trabalho académico, "Conversations With Friends" proporcionou-lhe "muito prazer na escrita", acabando por retratar um pouco daquilo que era o seu ambiente de estudante no dia a dia. "Sinto que preciso de conhecer algo muito bem para que depois resulte a sua passagem para o papel no meu desempenho como escritora", resumiu.
Também em "Normal People", "os protagonistas estão já na fase em que os pais não se apresentam como principais referências das suas vidas e, pela primeira vez, assumem a responsabilidade de cada uma das suas decisões". Rooney confessa-se muito interessada em perceber de que forma as estruturas sociais como classe ou género exercem o seu peso nas personagens. Além disso, salienta que escrever é algo que faz desde pequena e argumenta: "Era a única coisa em que me considerava boa e também aquela que dava algum sentido à minha vida e ao mundo que me rodeava", refere.
Sally Rooney reconhece que também aprende sobre si própria com as reações das personagens, mesmo que afaste a ideia de este ser um processo de catarse. "Interessa-me descobrir como é que as pessoas ultrapassam os acontecimentos, bons ou maus, das suas vidas", explica. E, quando acaba de escrever um livro, este passa "a ser um artefacto, algo que já não está vivo como durante o processo da escrita".
Faber & Faber
Entusiasmado com a sua forma de escrita, o New York Times considerou Rooney "a primeira grande escritora millennial".
A paixão e o carinho pelos livros têm acompanhado a vida de Inês Henriques. Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Estudos Portugueses e Franceses), escolheu o Jornalismo como profissão e o Desporto como área de atuação. Realizado o curso profissional no CENJOR, foi estagiária na Agência Lusa, à qual voltaria mais tarde, e trabalhou no jornal A Bola antes de entrar na redação do Portal Sapo. Neste contexto, a proximidade do desporto adaptado levou-a a escrever "Trazer o Ouro ao Peito - a fantástica história dos atletas paralímpicos portugueses", publicado em 2016. Agora, apesar de já não estar no universo profissional do Jornalismo, continua atenta a essa realidade ao mesmo tempo que tem sempre um livro para ler. E vários autores perto do coração. Inês Henriques tem presença regular e já está na casa das dezenas em participações aqui no blog. Estreou-se a 27 de abril de 2020 com "Perto do Coração Selvagem", de Clarice Lispector; voltou a 10 de maio e leu um excerto de "A Disciplina do Amor", de Lygia Fagundes Telles; no último dia de maio apresentou parte de "351 Tisanas", obra de Ana Hatherly; a 28 de junho, propôs literatura de cordel, com um trecho do livro "Clarisvânia, a Aluna que Sabia Demais", escrito por Luís Emanuel Cavalcanti; a 22 de agosto apresentou um excerto da obra "Contos de Amor, Loucura e Morte", escrita por Horacio Quiroga; a 15 de setembro leu um trecho de "Em Açúcar de Melancia", de Richard Brautigan; a 18 de novembro voltou com "Saudades de Nova Iorque", de Pedro Paixão, e na quinta-feira, 10 de dezembro, prestou a sua homenagem a Clarice Lispector no dia em que a escritora faria 100 anos, lendo um conto do livro "Felicidade Clandestina". Três dias mais tarde apresentava "Os Sete Loucos", de Roberto Arlt. A 3 de janeiro leu um trecho de "Platero e Eu", de Juan Ramón Jiménez. No dia 8 foi a vez de ter o seu livro em destaque por aqui, quando li um excerto de "Trazer o Ouro ao Peito". A 23, a Inês voltou e leu um trecho do livro "O Torcicologologista, Excelência", de Gonçalo M. Tavares e no dia 1 de fevereiro foi uma das participantes no Especial dedicado ao Dia Mundial da Leitura em Voz Alta com "Papéis Inesperados", de Julio Cortázar. A 13 de fevereiro apresentou um excerto do livro "Girl, Woman, Other", de Bernardine Evaristo, participando a 8 de março no Especial dedicado ao Dia Internacional da Mulher com a leitura de um trecho do livro "A Ilha de Circe", de Natália Correia. A 5 de maio participou, com Armando Liguori Junior, no Especial dedicado ao Dia Mundial da Língua Portuguesa. No dia 22 de maio, ao lado de Raquel Laranjeira Pais e Rui Guedes, contribuiu para o Especial dedicado ao Dia do Autor Português. A 1 de junho interveio no Especial do Dia Mundial da Criança com "Ulisses", de Maria Alberta Menéres. No passado dia 7 de agosto, Inês Henriques leu um pouco da obra de estreia de Duarte Baião, "Crónicas do Desassossego". Chico Buarque e "Essa Gente" estiveram na sua leitura a 17 deste mês e, no dia 20, foi a vez de um pedaço do livro "À Noite Logo se Vê", de Mário Zambujal. "Sobre o Amor", de Charles Bukowski, foi a sua leitura de 7 de setembro, seguindo-se "Na América, Disse Jonathan", dois dias mais tarde. No domingo, dia 12, foi "Dom Casmurro", de Machado de Assis, a sua escolha para ler. Dia 15 foi o escolhido para apresentar "Coração, Cabeça e Estômago", de Camilo Castelo Branco. "Flores", de Afonso Cruz, foi a sua proposta no passado dia 17.
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