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Paulo Jorge Pereira

Jéssica Sabrina lê "Flores da Noite", de Lycurgo de Paiva

A segunda participação de Jéssica Sabrina aqui no blog faz-se com o poema "Anseios d'Alma", integrado na obra "Flores da Noite", assinada por Lycurgo de Paiva.


Lycurgo José Henrique de Paiva nasceu na localidade de Oeiras, Estado brasileiro do Piauí, a 18 de março de 1842. Era filho de Carolina Joaquina Bento e do tenente-coronel Miguel Henrique de Paiva, tendo escolhido formação na área de Humanidades em detrimento do Direito que fora opção inicial e será considerado o responsável pela entrada do Romantismo no Piauí. De forma precoce, em 1866, publica o livro "Flores da Noite", obra com a qual consegue evidência no mundo literário e não só. Porém, a rapidez com que se torna muito apreciado e elogiado leva-o a deixar mesmo os estudos no Recife, dedicando-se a uma vida desregrada até que o pai o trouxe de regresso a Teresina.

De 1867 é a publicação do pequeno poema "Noite de Luar" e Lycurgo torna-se amanuense, ou seja, copista de textos à mão, sendo o suplente do subdelegado da polícia e conquistando participações em diversas reuniões de cariz político devido à sua facilidade com a oratória. Depois de dezembro de 1869 torna-se jornalista na publicação A Província do Piauí, mas, depois de suscitar dúvidas acerca do então presidente da província, Pedro Afonso Ferreira, acaba por ser atacado por dois indivíduos quando tentava voltar para casa. Nas respostas ao inquérito policial acusa dois elementos ao serviço de Afonso Ferreira como responsáveis pelo ataque, mas, por questões de segurança pessoal, tem de afastar-se, passando a desempenhar as funções de promotor na localidade de São Raimundo Nonato a partir do final de maio de 1873. Ano e meio mais tarde é enviado para Santa Filomena e, mais tarde, para Parnágua, aqui sendo afastado pelo novo poder conservador em março de 1876. Cerca de dois anos depois, a sua nomeação outra vez para o posto de promotor em São Raimundo Nonato resulta em controvérsia que opões os jornais A Época e A Imprensa, pelo que Lycurgo de Paiva não aceita a indigitação e deixa mesmo de poder fazê-lo em termos legais a partir de julho de 1878, embora ainda regresse ao cargo por diversas vezes até se radicar na localidade de Jerumenha. Aqui irá criar uma instituição escolar (primária e secundária) em 1883.

Morre com apenas 46 anos, a 19 de dezembro de 1888, vítima dos abusos do álcool. As obras dramáticas "Quedas Fatais" e "Voos e Quedas" acabaram por não ser publicadas.


Editora Garraux, de Lailhacar & C.

O autor chegou a ser espancado depois de ter suscitado dúvidas num jornal sobre Pedro Afonso Ferreira, então presidente da província do Piauí.

Jéssica Sabrina estreou-se com uma leitura aqui no blog no passado dia 14, apresentando um excerto de "Firmina", de Renata Py.


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