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  • Paulo Jorge Pereira

Natalia Timerman lê "Um Corpo Negro", de Lubi Prates

Agora que um dos livros de Natalia Timerman vai ser adaptado ao Cinema, é tempo de regressar a uma leitura que a autora e psiquiatra aqui apresentou: "Um Corpo Negro", de 2018, obra de Lubi Prates, poeta brasileira que desenvolve intensa atividade contra a invisibilidade das mulheres e dos negros.



Em entrevista a Renata Arruda no site O Grito!, Lubi Prates respondeu assim sobre a forma como desenvolve o seu trabalho de combate à invisibilidade de mulheres e negros: "Eu sou mulher negra. Então, tudo que faço eu considero raça, género e classe. Me importo que mulheres e negros saibam que podem fazer o que desejarem. Eu trabalho isso dentro da literatura, escrevendo a partir da minha identidade, que é a identidade de muitos, mas também editando e traduzindo mulheres e negros, organizando festivais literários específicos, ministrando oficinas de escrita para esses públicos", disse. E, quanto a escritoras negras que a influenciam, deixou uma lista: "Conceição Evaristo, Miriam Alves, Lívia Natália, Neide Almeida, Daisy Serena, Tati Nascimento, Bárbara Esmênia, Natasha Felix, Mariana Correia Santos, Viviane Nogueira, Mayara Barbosa, Ana Meira, Cátia Luciana, Zainne Lima, Nina Rizzi, Jarid Arraes." Poeta que é tradutora - traduziu, por exemplo, a obra poética completa de Maya Angelou -, curadora de Literatura, editora (sócia fundadora da Nosotros, Editorial, além de cuidar da revista Parênteses) e psicóloga (está a doutorar-se em Psicologia do Desenvolvimento Humano), Lubi Prates nasceu em São Paulo a 7 de novembro de 1986. Estreou-se a publicar a sua poesia com "Coração na Boca", em 2012, e quatro anos mais tarde já apresentava "Triz".

Com trabalho em antologias e revistas no Brasil e no estrangeiro, Lubi Prates desenvolve intensa atividade como organizadora e participante de diferentes festivais literários. E também organiza antologias conforme sucedeu no ano passado com "Nossos Poemas Conjuram e Gritam", obra onde podem encontrar-se Conceição Evaristo, Esmeralda Ribeiro, Jarid Arraes, Lívia Natália, Natasha Felix, Neide Almeida e Nina Rizzi. Ou "GOLPE: antologia-manifesto", na qual 120 artistas deixam a sua intervenção acerca do tenebroso caminho político seguido no Brasil. "Quanto mais eu leio, mais eu quero escrever. Quanto mais eu leio, mais tenho acesso a poetas vivas que conversam sobre coisas das quais participei. Escrever, para mim, é procurar minha voz e deixá-la soar. E minha voz é a voz de muitas outras pessoas: mulheres, afros, imigrantes, minorias sociais, etc." Estas declarações de Lubi Prates em entrevista ao site El Revueltas Times, em fevereiro de 2019, remetem para aquilo que pensa acerca da sua relação com a poesia. "Um Corpo Negro", publicado em 2018, foi o seu terceiro livro de poesia, finalista do Prémio Jabuti e do Prémio Rio de Literatura, contemplado com bolsa de criação literária e traduzido para publicação em países como Estados Unidos, França, Espanha, Colômbia ou Argentina.Editora Nosotros


Lubi Prates é uma voz insubmissa que nunca deixa de bater-se pela defesa dos direitos das mulheres e da identidade negra, contra discriminações, racismo e outros atropelos aos Direitos Humanos.

Natalia Timerman é escritora, psiquiatra e doutoranda em Literatura. É autora de "Desterros - Histórias de um Hospital-prisão" (Elefante, 2017) e "Rachaduras" (Quelônio, 2019).

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