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  • Paulo Jorge Pereira

"Contra Mim", de Valter Hugo Mãe

Prémio José Saramago em 2007, Valter Hugo Mãe volta a ser tema aqui no blog, desta vez com a obra "Contra Mim", de que aqui se apresenta um trecho.



"Por vezes, tive a sensação de assistir a um novo parto da Língua Portuguesa", afirmou o próprio José Saramago depois de ler "O Remorso de Baltazar Serapião", a obra que valeu a Valter Hugo Mãe, em 2007, o galardão com o nome do vencedor do Prémio Nobel. Até esse momento inesquecível, o escritor fizera um longo caminho que começou a 25 de setembro de 1971, quando nasceu em Angola, na Vila Henrique de Carvalho, agora designada Saurimo. Acompanhou a família na vinda para Portugal e a infância foi vivida em Paços de Ferreira até à mudança para Vila do Conde, passando a habitar nas Caxinas. Fez o percurso escolar até à Universidade, licenciando-se em Direito e, mais tarde, obtendo pós-graduação em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea no Porto. A paixão pela escrita começa a ser alimentada através da poesia e, em 1996, publica "Silencioso Corpo de Fuga", seguindo-se "O Sol Pôs-se Calmo sem me Acordar", "Entorno a Casa Sobre a Cabeça" e "Egon Schielle auto-retrato de dupla encarnação". Entretanto, colabora na criação da Quasi edições, na qual são publicados livros de personalidades como Caetano Veloso, Mário Soares, Adriana Calcanhotto, Cruzeiro Seixas, Manoel de Barros, António Ramos Rosa, Adolfo Luxúria Canibal ou Ferreira Gullar. Participa na direção da revista Apeadeiro (2001/04) e, em 2006, cria a editora Objeto Cardíaco. Não deixara de escrever e publicar poesia, mas também entrara noutros territórios como o do romance - primeiro, em 2004, com "O Nosso Reino", depois com o tal livro premiado, "O Remorso de Baltazar Serapião".

Com talentos diversificados, salienta-se também nos desenhos, que terão direito a exposições, e ainda na área da música, cantando na banda Governo, cuja estreia se regista em 2008 no Teatro do Campo Alegre. Poesia e romances continuam e, a partir de 2009, entra num outro campo da escrita, apostando na literatura infantil. "A Máquina de Fazer Espanhóis" é um romance de 2010, ano em que também publica "Contabilidade" (poesia) e "As Mais Belas Coisas do Mundo" (infantil). "O Filho de Mil Homens" (2011) é o romance que antecede "O Paraíso Sãos Outros" (2014) e a sua inclusão como finalista do Prémio Oceanos com "A Desumanização" em 2015, ano em que publica "Contos de Cães e Maus Lobos". As obras mais recentes são "Homens Imprudentemente Poéticos" (2016), "Publicação da Mortalidade" (2018), "Serei Sempre o Teu Abrigo" e "Contra Mim", de que aqui se apresenta um excerto, estes dois de 2020.

Em 2017, contou à revista Notícias Magazine "aquilo que de mais precioso" aprendera na vida: "Não importa o que ela nos faça, o importante é mantermo-nos de boa-fé e propensos à alegria." Na mesma entrevista, admite que "os livros são uma forma de fazer as pazes com a vida" e dois casos são citados: "A Máquina de Fazer Espanhóis" (morte do pai) e "O Filho de Mil Homens) (o facto de não ter filhos).


Porto Editora


Valter Hugo Mãe é um dos escritores que foram sujeitos da recente série "Herdeiros de Saramago", transmitida pela RTP.

A primeira vez que a obra de Valter Hugo Mãe aqui foi abordada foi a 2 de junho do ano passado quando João Rasteiro leu um trecho de "Contos de Cães e Maus Lobos".

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