Um regresso à obra "A Chama de Adrião Blávio", de que a própria autora, Joana M. Lopes, já apresentou aqui um excerto, é a proposta de hoje. Prosa com linguagem poética, dois desamparados a quem seguimos de forma desamparada pelas páginas fora.
Não deixa de ser muito interessante que "A Chama de Adrião Blávio", romance que apresenta uma prosa de recorte e linguagem poética, nos apresente dois desamparados numa altura em que desamparados estamos face à pandemia. E é desamparados que acompanhamos, pelas páginas fora e graças ao talento de Joana M. Lopes, aquele improvável casal desamparado. É o livro que estou a ler e, portanto, não chegou ainda ao fim o meu desamparo, mas quis apresentar aqui uma leitura antes de terminar para não ter já uma perspetiva final.
Não é a primeira vez que este romance aqui é abordado - a estreia aconteceu pela voz da própria autora, a 25 de setembro de 2020. Antes, a 3 de junho, Sara Loureiro lera um excerto do primeiro trabalho de Joana M. Lopes: "A Vida de um Homem que Perseguia Poemas".
Alêtheia Editores
Romance de desamparados, "A Chama de Adrião Blávio" conduz-nos de forma desamparada pelas páginas fora sem conseguirmos escapar desse desamparo.
Nascida em 1984, Joana M. Lopes é licenciada em Animação Cultural e mestre em Animação Artística, dedicando-se a programas no âmbito da mediação cultural além de ser artista plástica. Começou por dedicar-se à escrita de livros infantojuvenis, publicando "De onde Vêm as Bruxas" - que recebeu o prémio do Pingo Doce para Literatura Infantil -, "O que Tem a Barriga da Mãe?", "Corações aos Milhões", "Manuel, o Menino com Asas de Livros" e "Marcelo, o Presidente" antes da estreia no romance com "A Vida de um Homem que Perseguia Poemas", seguindo-se "Cabeça de Andorinha".