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Paulo Jorge Pereira

Agostinho Costa Sousa lê "Um Amor", de Sara Mesa

A presença de Agostinho Costa Sousa promove outra estreia aqui no blog: neste caso trata-se da espanhola Sara Mesa e o exemplo que fica é um excerto do livro "Um Amor".



"Não gosto que se exija à ficção mais do que à própria vida", confessou a escritora espanhola Sara Mesa, falando não apenas da obra que Agostinho Costa Sousa aqui apresenta em estreia, mas também do conjunto do seu trabalho literário.

Nascida na cidade de Madrid em 1976, Sara Mesa depressa passou a viver em Sevilha, demonstrando enorme interesse pelo maravilhoso universo da escrita. Quando teve oportunidade de publicar, a estreia aconteceu via género poético: "Este Jilguero Agenda" surgiu em 2007. Mas não iria ficar-se por aí, espraiando-se por outras dimensões literárias. Os contos foram o seu desafio seguinte com a apresentação de dois livros: "La Sobriedad del Galápago" (2008) e "No Es Fácil Ser Verde" (2009).

Elogiada pela crítica e incentivada por amigos, Mesa decidiu-se a avançar rumo ao romance e também aí os resultados foram muito positivos com "El Trepanador de Cerebros" (2010). Seguiram-se "Un Incendio Invisible" (2011), "Cuatro por Cuatro" (2012) e "Cicatriz" (2015). Aos elogios da crítica juntaram-se alguns prémios e a escritora prosseguiu o seu trabalho literário: um breve regresso aos contos com "Mala Letra" (2016), outro exemplo de romance através de "Cara de Pan", em 2018, no ano a seguir aventurou-se pelo ensaio com "Silencio Administrativo" e de 2020 é o já mencionado "Um Amor".

Numa conversa com a infoLibre sobre o livro "Um Amor", em outubro do ano passado, Mesa foi taxativa: "Desconfio da amabilidade, pois interessa-me a sua parte obscura. Mas não creio que seja o meu livro mais sombrio, é bastante realista. O que acontece é a perversidade e a natureza humana normal em conjunto com a necessidade de compreender", explicou.


Relógio d'Água/Tradução de Miguel Serras Pereira


"Sara Mesa está a construir uma literatura de alta voltagem, trabalhada com precisão de ourives", elogiou o escritor Rafael Chirbes.

Agostinho Costa Sousa reside em Espinho e socorre-se da frase de Antón Tchekhov: "A medicina é a minha mulher legítima, a literatura é ilegítima" para se apresentar. "A Arquitetura é a minha mulher legítima, a Leitura é uma das ilegítimas", refere. Estreou-se a ler por aqui a 9 de maio com "A Neve Caindo sobre os Cedros", de David Guterson, seguindo-se "As Cidades Invisíveis", de Italo Calvino, a 16 do mesmo mês, mas também leituras de obras de Manuel de Lima e Alexandra Lucas Coelho a 31 de maio. "Histórias para Uma Noite de Calmaria", de Tonino Guerra, foi a sua escolha no dia 4 de junho. No passado dia 25, a sua escolha recaiu em "Veneno e Sombra e Adeus", de Javier Marías. O regresso processou-se com "As Velas Ardem Até ao Fim", de Sándor Márai, a 6 de setembro, seguindo-se "Histórias de Cronópios e de Famas", de Julio Cortázar, no dia 8, e "As Palavras Andantes", de Eduardo Galeano, a 11. Três dias mais tarde surgiu "Um Copo de Cólera", de Raduan Nassar.

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