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  • Paulo Jorge Pereira

Especial Homenagem a Paul Auster: "A Trilogia de Nova Iorque"

O autor d' "O Livro das Ilusões", "Timbuktu" ou "A Noite do Oráculo" regressa aqui a este espaço, agora que morreu, aos 77 anos, vítima de cancro do pulmão, através da leitura de um segundo excerto da obra "A Trilogia de Nova Iorque".



Nascido em Newark, a 3 de fevereiro de 1947, Paul Benjamin Auster iria licenciar-se em 1970, tendo inclusive passado quatro anos em França. A primeira presença de Paul Auster por aqui aconteceu a 13 de abril de 2020 quando apresentei um pouco de uma das suas obras com traços autobiográficos: "Diário de Inverno". Antes, Auster já mergulhara no registo da sua vida, logo na estreia, em 1982, com "Invenção da Solidão" (do mesmo ano, embora publicado sob o pseudónimo de Paul Benjamin, é o policial "Squeze Play"), mas também em "Da Mão para a Boca", publicado 15 anos mais tarde. Neste caso, com um olhar distanciado como se fosse o de um estranho a seguir os episódios da sua vida, o norte-americano viaja pelas escolas, namoradas, mulheres e casas do seu percurso. Mas a mãe representa espaço central na narrativa.

A obra literária é vasta e multipremiada, estando traduzida para dezenas de idiomas. "No País das Últimas Coisas" (1987), "Palácio da Lua" (1989), "Leviathan" e "História de Natal de Auggie Wren" (ambos de 1992), "Mr. Vertigo" (1994), "Timbuktu" (1999), "O Livro das Ilusões" e "A História da Minha Máquina de Escrever" (os dois de 2002), "A Noite do Oráculo" (2004), "As Loucuras de Brooklyn" (2005), "Viagens no Scriptorium" (2007), "Homem na Escuridão" (2008), "Invisível" (2009), "Sunset Park" (2010), "4 3 2 1", finalista do Man Booker Prize (2017) e "Baumgartner" (2023) compõem o seu trabalho de ficção.

Mas Auster também se aventurou pelos caminhos da não ficção como nos mencionados "Invenção da Solidão" (1982), "Da Mão para a Boca" (1997) e "Diário de Inverno" (2012). Pelo meio, neste registo, publicou "A Arte da Fome" (1992), "O Caderno Vermelho" e "Experiências com a Verdade" (ambos em 1995). "Relatório do Interior" (2013), "Um Homem em Chamas" (2013) e "Bloodbath Nation" (2023) são os restantes títulos de não ficção.

Casado por duas vezes (entre 1974 e 1978 com a escritora e tradutora Lydia Davis; a partir de 1981 com a escritora Siri Hustvedt), Auster teve um filho da primeira mulher (Daniel, vítima de overdose em 2022) e uma filha com a segunda (Sophie). Em novembro de 2021, o escritor perdera a neta (Ruby), com apenas 10 meses, também devido à ingestão de medicamentos - aliás, o filho seria detido e morreria enquanto esperava para ser julgado por esta morte.

A apresentação de um excerto do livro "Timbuktu", cuja leitura divulguei a 18 de agosto de 2021, e uma primeira leitura da obra "A Trilogia de Nova Iorque", a 24 desse mês, foram as leituras seguintes. Agora que o escritor norte-americano morreu, aos 77 anos, vítima de cancro do pulmão, regressa este último livro, mas com um novo trecho.


Livros RTP/Tradução de Alberto Gomes


A Big Apple e a América sob a avaliação crítica de Auster: eis a síntese do que se apresenta na obra "A Trilogia de Nova Iorque".

Mas nem só de romances viveu Auster: a sua paixão por cinema está expressa em filmes como "Smoke", "Blue in the Face", "Lulu on the Bridge", "O Preço da Fantasia" (em parceria com a mulher, Siri Hustvedt, e Miranda July) ou "A Vida Interior de Martin Frost", este de 2006 e parcialmente rodado em Portugal. Acerca desta visita, o escritor contou, numa entrevista à Visão: "Éramos uma pequena equipa, na sua maioria portugueses, e foi uma bela experiência. Trabalharam tanto e o ambiente era tão bom... Tudo foi perfeito, e é muito raro encontrarmos estas situações humanas em que tudo corre bem, em que se está interessado naquilo que as pessoas podem ser."

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