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  • Paulo Jorge Pereira

Zita Pinto lê "Terra Sonâmbula", de Mia Couto

Depois de apresentar, no final de agosto, um excerto de "Jesus Cristo Bebia Cerveja", de Afonso Cruz, o regresso de Zita Pinto aqui às leituras faz-se com "Terra Sonâmbula", de Mia Couto.



Autor de uma vasta obra notável, Mia Couto (pseudónimo de António Emílio Leite Couto) nasceu na Beira, em Moçambique, no ano de 1955. Em 2013 foi distinguido com o Prémio Camões. Revisitação da guerra civil que dilacerou Moçambique entre 1976 e 1992, a obra "Terra Sonâmbula" é uma história com múltiplas histórias no seu interior. Tuahir e Muidinga são apenas pontos de partida para uma narrativa que, como é característico no autor, prende o leitor do princípio ao fim com uma escrita cativante e salpicada de neologismos.

Primeiro romance de Mia Couto, publicado em 1992, teve direito a adaptação cinematográfica em 2007, numa coprodução entre Portugal e Moçambique, com realização de Teresa Prata, cuja apresentação podem ver aqui. Caminhada de um rapaz e de um velho, foi considerado um dos melhores livros do continente africano no século passado.

"Terra Sonâmbula" foi precisamente o primeiro livro de Mia Couto abordado aqui no blog, com uma leitura minha a 14 de abril; seguiram-se "O Universo num Grão de Areia", a 28 do mesmo mês, com imagem e voz de Fernanda Silva; "Mulheres de Cinza", por Joaquim Semeano, a 25 de junho; e "Venenos de Deus, Remédios do Diabo", proposta de Ana Zorrinho, a 11 de agosto.


Editorial Caminho


Uma escrita cativante, uma linguagem peculiar e recheada de encantos: estes são alguns dos argumentos que levam os livros de Mia Couto a atrair e conquistar cada vez mais leitores.

Zita Pinto nasceu e cresceu em Ervedosa do Douro, de onde saiu para licenciar-se em Geologia. Exerceu a profissão na área da prospeção mineira durante onze anos, em cinco países distintos. De volta a Braga, onde já tinha estudado, começou a dedicar-se naturalmente à sua primeiríssima área de interesse - o desenho. Trabalha como freelancer, principalmente em ilustração. Colabora com marcas e em projetos editoriais com editoras portuguesas, como a Porto Editora e a Paleta de Letras.

Como descreve Zita Pinto a sua atividade na área da escrita? "Escrever é uma ferramenta de vida", explica. Usa-a "para ir fazendo sentido do que acontece em cada fase" do seu percurso individual. E fá-lo através de "reflexões, crónicas privadas e ficção, assim como por meio da conversa íntima com imagens". O seu interesse pelo universo dos livros é "fundamental e inesgotável". No seu entender, "a imortalidade só teria esta vantagem: a de ler todos os livros que já foram escritos e que ainda estão por escrever".

Formas de consultar e seguir o seu trabalho de ilustração:





É a segunda leitura de Zita Pinto aqui no blog. A estreia, a 26 de agosto, fez-se com um trecho do livro "Jesus Cristo Bebia Cerveja", de Afonso Cruz.

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