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  • Paulo Jorge Pereira

Amílcar Mendes lê "Uma Faca nos Dentes", de António José Forte

De regresso à leitura aqui no blog, Amílcar Mendes escolheu para hoje "O Poeta em Lisboa", inserido na obra "Uma Faca nos Dentes", de António José Forte. E assim homenageio, de novo, o inestimável serviço que nos é prestado pelos incansáveis bibliotecários itinerantes.



Ao longo de mais de duas décadas, António José Forte foi responsável pelo serviço de Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian, desenvolvendo trabalho intenso em defesa da Cultura. Mas a sua influência e as marcas que deixou no universo literário vão muito além disso. Nascido em Vila Franca de Xira, a 6 de fevereiro, António José Forte iria integrar, no anos 50 e 60, o designado Grupo do Café Gelo, ao lado de personalidades como Herberto Hélder, Mário Cesariny, Mário-Henrique Leiria ou René Bértholo, assumindo-se como figura marcante no movimento surrealista.

A estreia literária registou-se em 1958 com o livro "40 Noites de Insónia de Fogo de Dentes numa Girândola Implacável e Outros Poemas". Seguiram-se "Uma Rosa na Tromba de um Elefante" (1971) - dedicado à filha, Gisela, ilustrado por Carlos Ferreiro e com poemas como "Se por acaso acontecer/Verem descer um homem dum escadote/Com as barbas a arder/E fugir de bicicleta/Não estranhem muito/Deve ser um poeta" -, "Teses sobre a Visita do Papa" (1982), "Uma Faca nos Dentes" (1983) e "Caligrafia Ardente" (1987). Póstuma é já a obra "Poemas de Amor", publicada em 2006).

António José Forte morreria em Lisboa, a 15 de dezembro de 1988. No prefácio da obra "Uma Faca nos Dentes", Herberto Hélder refere-se deste modo ao trabalho literário do amigo: "a voz de António José Forte não é plural, nem direta ou sinuosamente derivada, nem devedora. Como toda a poesia verdadeira, possui apenas a sua tradição. A tradição romântica, no menos estrito e mais expansivo e qualificado registo".


Antígona


Publicado em 1983, "Uma Faca nos Dentes" tem prefácio de Herberto Hélder.

Amílcar Mendes, ator e "dizedor de poesia", que também foi coordenador das noites de Poesia do Pinguim Café e do Púcaros Bar, no Porto, deixa-nos uma leitura diferente. A sua estreia aqui no blog registou-se a 5 de junho do ano passado com um excerto de "Gin sem Tónica, mas Também", de Mário-Henrique Leiria. Do dia 3 de julho é a leitura de "Poemas de Ponta & Mola", de Mendes de Carvalho, seguindo-se "Poema do Gato", de António Gedeão, a 7 de julho; "Funeral", de Dinis Moura, a 14 de julho; a 24 desse mês, a escolha recaiu em "Quadrilha", de Carlos Drummond de Andrade; voltou à aposta em António Gedeão com "Trovas para Serem Vendidas na Travessa de São Domingos" a 6 de agosto; a 10 de setembro, o poema "Árvore", de Manoel de Barros, foi a proposta. "Socorro", de Millôr Fernandes, foi a escolha de dia 11 de outubro e, a 29, foi apresentado "História do Homem que Perdeu a Alma num Café", de Rui Manuel Amaral. A 7 de novembro, Amílcar Mendes trouxe "A História é uma História", de Millôr Fernandes. "Aproveita o Dia", de Walt Whitman, foi a proposta a 27 de novembro. No dia 15 do mês seguinte, Amílcar Mendes leu "A Princesa de Braços Cruzados" , de Adília Lopes. A 19 surgiu "A Morte do Pai Natal", de Rui Souza Coelho.


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