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  • Paulo Jorge Pereira

Amílcar Mendes lê "Turris Eburnea", de Inês Lourenço

É com poesia que Amílcar Mendes apresenta a proposta de leitura de hoje, protagonizada pela obra de Inês Lourenço com o título "Turris Eburnea".



Nascida a 7 de novembro de 1942, Inês Lourenço iria licenciar-se em Línguas e Literaturas Modernas - Estudos Portugueses, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, sendo mais tarde professora. A estreia a publicar poesia registou-se em 1980 com a obra "Cicatriz 100%", seguindo-se "Retinografias" (1986), "Os Solistas" (1994), "Teoria da Imunidade" (1996) e uma primeira coletânea, "Um Quarto com Cidades ao Fundo (poesia reunida, 1980-2000)".

Ao mesmo tempo que publicava o seu trabalho, diferentes publicações ligadas ao universo das letras iam divulgando os poemas da autora. De 2002 é "A Enganosa Respiração da Manhã". Em entrevista concedida a Raquel Santos na RTP para o programa "Entre Nós", no final de outubro de 2004, Inês Lourenço reconheceu que não era fácil de falar sobre o seu trabalho literário porque "a personalidade que está no texto é outra". E acrescentou: "A poesia começa verdadeiramente com a fala, porque a função poética da linguagem faz-nos, por exemplo, quando falamos de uma cadeira, falar sobre 'os pés de uma cadeira'. Ora, a cadeira não tem pés e o que fizemos aqui foi uma migração semântica, quer dizer, migrámos o sentido de uns pés para uma cadeira."

"Logros Consentidos" (2005), "A Disfunção Lírica" (2007) e "Coisas que Nunca" (2010) foram as obras seguintes. Manuel de Freitas selecionou mais tarde trabalho de Inês Lourenço que compõe o livro "Câmara Escura" (2012).

Entretanto, poemas da autora, mãe de uma pianista e de um arquiteto, integravam as mais variadas antologias e Inês Lourenço prosseguia a publicação de novas obras como "O Instante Anterior" (2014) antes de novo título com poemas selecionados, neste caso por José Manuel Teixeira da Silva, sob o título "O Segundo Olhar" (2015). "O Jogo das Comparações" é do ano seguinte e, em 2019, Ronaldo Cagiano organizou a antologia "Os Pecados Prediletos", publicada no Brasil. Com "Este Fresco Sanatório para o Sangue", de Andreia C. Faria, publicou "As Palavras Beijam sem Carga Viral" em 2021 e já deste ano é a antologia poética de onde Amílcar Mendes extraiu a participação de hoje: "Dois Cimbalinos Escaldados (Vivências Portuenses)". Também de 2022 é "14 Poetas Portuguesas Escolhem Inês", segundo organização de João Luís Barreto Guimarães.

"A poesia tem a ver com um outro olhar, diferente do senso comum", resumiu na referida entrevista de 2004 na RTP. "É uma arte em que precisamos de conhecer os clássicos, porque os mestres são aqueles que leram tudo o que de importante já se escreveu noutras civilizações", opinou.


Texto Sentido


De 1987 a 1999, Inês Lourenço teve a responsabilidade editorial dos "Cadernos de Poesia - Hífen".

Amílcar Mendes, ator e "dizedor de poesia", que também foi coordenador das noites de Poesia do Pinguim Café e do Púcaros Bar, no Porto, deixa-nos uma leitura diferente. A sua estreia aqui no blog registou-se a 5 de junho do ano passado com um excerto de "Gin sem Tónica, mas Também", de Mário-Henrique Leiria. Do dia 3 de julho é a leitura de "Poemas de Ponta & Mola", de Mendes de Carvalho, seguindo-se "Poema do Gato", de António Gedeão, a 7 de julho; "Funeral", de Dinis Moura, a 14 de julho; a 24 desse mês, a escolha recaiu em "Quadrilha", de Carlos Drummond de Andrade; voltou à aposta em António Gedeão com "Trovas para Serem Vendidas na Travessa de São Domingos" a 6 de agosto; a 10 de setembro, o poema "Árvore", de Manoel de Barros, foi a proposta. "Socorro", de Millôr Fernandes, foi a escolha de dia 11 de outubro e, a 29, foi apresentado "História do Homem que Perdeu a Alma num Café", de Rui Manuel Amaral. A 7 de novembro, Amílcar Mendes trouxe "A História é uma História", de Millôr Fernandes. "Aproveita o Dia", de Walt Whitman, foi a proposta a 27 de novembro. No dia 15 do mês seguinte, Amílcar Mendes leu "A Princesa de Braços Cruzados" , de Adília Lopes. A 19 surgiu "A Morte do Pai Natal", de Rui Souza Coelho. Quase um mês depois, a 17 de janeiro, apresentou "Uma Faca nos Dentes", de António José Forte. A 8 de fevereiro leu o poema "Não Cantes", de Al Berto. No dia 20, apresentou "Ano Comum", de Joaquim Pessoa. Uma semana mais tarde, a proposta centrou-se em dois textos de Mário-Henrique Leiria. A 17 de março propôs "Breves Respostas às Grandes Perguntas", de Stephen Hawking; a 15 de abril a sugestão centrou-se no poema "Se Um Dia a Juventude Voltasse", de Al Berto.

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