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  • Paulo Jorge Pereira

Agostinho Costa Sousa lê "O Azul Imperfeito", de Maria Gabriela Llansol

De Maria Gabriela Llansol afirmou Eduardo Lourenço que seria, depois de Fernando Pessoa, "o próximo grande mito da Literatura portuguesa". E hoje é a escolha para leitura de Agostinho Costa Sousa com "O Azul Imperfeito".



Há quem encontre sinais de proximidade entre a sua escrita e a de Clarice Lipsector. Mas, independentemente disso, Maria Gabriela Llansol Nunes da Cunha Rodrigues, nascida em Lisboa (mas com ascendência catalã pelo lado da mãe), a 24 de novembro de 1931, é considerada uma figura maior da Cultura e da Literatura em Portugal. Tradutora e autora de vasta obra literária, Maria Gabriela licenciou-se em Direito no ano de 1955, numa altura em que o acesso das mulheres ao ensino superior era difícil. Dois anos mais tarde completava a formação em Ciências Pedagógicas, mas, em tempos de ditadura, viveria no exílio em território belga a partir de 1965.

A estreia literária acontecera em 1962 com "Os Pregos na Erva" ao qual se seguiria "Depois dos Pregos na Erva". Da sua obra multipremiada fazem parte também livros como a trilogia "Geografia dos Rebeldes" (composta por "O Livro das Comunidades", "A Restante Vida" e "Na Casa de Julho e Agosto"), "Um Falcão no Punho", "Contos do Mal Errante", "Um Beijo Dado Mais Tarde", "Amigo e Amiga: Curso de Silêncio" ou "Lisboaleipzig".

"A minha maior responsabilidade é contribuir para que um livro seja um ser", afirmou a escritora, cujo regresso a Portugal aconteceu apenas em 1984. Maria Gabriela Llansol fixou então residência em Sintra, onde escreveria grande parte das mais de duas dezenas de títulos que compõem a sua obra literária.

Morreria a 3 de março de 2008, vítima de cancro. Mais tarde foram encontrados quase 80 cadernos escritos pela autora, incluindo inúmeros inéditos.


Assírio & Alvim


Em março do ano passado foi apresentado um documentário sobre a vida da escritora, escrito por Fernando Luís Sampaio e realizado por Abílio Leitão, sob o título de "Maria Gabriela Llansol - Um Olhar Intenso Pode Incendiar o Texto".

Agostinho Costa Sousa reside em Espinho e socorre-se da frase de Antón Tchekhov: "A medicina é a minha mulher legítima, a literatura é ilegítima" para se apresentar. "A Arquitetura é a minha mulher legítima, a Leitura é uma das ilegítimas", refere. Estreou-se a ler por aqui a 9 de maio com "A Neve Caindo sobre os Cedros", de David Guterson, seguindo-se "As Cidades Invisíveis", de Italo Calvino, a 16 do mesmo mês, mas também leituras de obras de Manuel de Lima e Alexandra Lucas Coelho a 31 de maio. "Histórias para Uma Noite de Calmaria", de Tonino Guerra, foi a sua escolha no dia 4 de junho. No passado dia 25 de julho, a sua escolha recaiu em "Veneno e Sombra e Adeus", de Javier Marías, seguindo-se "Zadig ou o Destino", de Voltaire, a 28. O regresso processou-se a 6 de setembro, com "As Velas Ardem Até ao Fim", de Sándor Márai. Seguiram-se "Histórias de Cronópios e de Famas", de Julio Cortázar, no dia 8; "As Palavras Andantes", de Eduardo Galeano, a 11; "Um Copo de Cólera", de Raduan Nassar, a 14; e "Um Amor", de Sara Mesa, no dia 16. A 19 de setembro, a leitura escolhida foi "Ajudar a Estender Pontes", de Julio Cortázar. A 17 de outubro, a proposta centrou-se na poesia de José Carlos Barros com três poemas do livro "Penélope Escreve a Ulisses". Três dias mais tarde leu três poemas inseridos na obra "A Axila de Egon Schiele", de André Tecedeiro. A 29 de novembro apresentou "Inquérito à Arquitetura Popular Angolana", de José Tolentino de Mendonça. De dia 1 do mês seguinte é a leitura de "Trieste", escrito pela croata Dasa Drndic e, no dia 3, a proposta foi um trecho do livro "Civilizações", escrito por Laurent Binet. No dia 5, Agostinho Costa Sousa dedicou atenção a "Viagens", de Olga Tokarczuk. A 7, a obra "Húmus", de Raul Brandão, foi a proposta apresentada. Dois dias mais tarde, a leitura foi dedicada a um trecho do livro "Duas Solidões - O Romance na América Latina", com Gabriel García Márquez e Mario Vargas Llosa. Seguiu-se "O Filho", de Eduardo Galeano, no dia 20. A 23, Agostinho Costa Sousa trouxe "O Vício dos Livros", de Afonso Cruz. Voltou um mês mais tarde com "Esta Gente/Essa Gente", poema de Ana Hatherly. No dia 26 de janeiro, apresentou "Escrever", de Stephen King.


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