É com o poema "Instruções para Engolir a Fúria", do livro "Movimento", assinado por João Luís Barreto Guimarães, que Agostinho Costa Sousa constrói a sua proposta de leitura.
Podia ser apenas alguém que, concluindo o curso de Medicina e Cirurgia (especializado em Plástica, Reconstrutiva e Estética), cuidaria da saúde a muita gente. Mas João Luís Barreto Guimarães quis cuidar também de outras áreas e, desse modo, ajudar ainda mais gente - neste caso, tornando-se tradutor e poeta. Tudo começou com a edição de autor da obra "Há Violinos na Tribo" (1989), seguindo-se "Rua Trinta e Um de Fevereiro" (1991), "Este Lado para Cima" (1994) e "Lugares Comuns" (2000). No ano de 2001, o livro "3", no qual constam as três obras iniciais do autor, foi o seu primeiro contributo literário, antes de dirigir a obra "Assinar a Pele", uma antologia de poesia contemporânea sobre gatos.
"Estou sempre a ler, mais do que a escrever. Acompanho a vida literária com grande atenção, li muitos dos livros que saíram nos últimos dois anos e sei que há autores muitos bons, pessoas que admiro, alguns amigos meus", confessou à CNN a 9 de maio, depois de ser anunciado como vencedor do Prémio DST com o livro "Movimento". "Não tenho uma atitude muito circunspeta em relação à poesia e não tenho uma correia que me prenda à seriedade com que se deve viver estes momentos", reconheceu na mesma conversa. "Faz parte da forma como vivo a poesia diariamente, o modo como vejo a poesia nas coisas, no quotidiano, num processo permanente de dar e receber", explicou em relação ao sentimento de alegria.
"Rés-do-Chão" (2003), "Luz Última" (2006), "A Parte pelo Todo" (2009), "Poesia Reunida" (2011), "Você está Aqui" (2013), "Mediterrâneo" (2016), "Nómada" (2018), "O Tempo Avança por Sílabas" (antologia com uma centena de poemas de sua autoria, publicada em 2019) e "Movimento" (2020), este último hoje fonte de inspiração para a leitura de Agostinho Costa Sousa, são os outros livros do autor que nasceu no Porto, a 3 de junho de 1967.
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Desde 1992 que o trabalho literário do poeta coleciona distinções, algumas delas de âmbito internacional.
Agostinho Costa Sousa reside em Espinho e socorre-se da frase de Antón Tchekhov: "A medicina é a minha mulher legítima, a literatura é ilegítima" para se apresentar. Estreou-se a ler por aqui a 9 de maio com "A Neve Caindo sobre os Cedros", de David Guterson, seguindo-se "As Cidades Invisíveis", de Italo Calvino, a 16 do mesmo mês, mas também leituras de obras de Manuel de Lima e Alexandra Lucas Coelho a 31 de maio. "Histórias para Uma Noite de Calmaria", de Tonino Guerra, foi a sua escolha no dia 4 de junho. No passado dia 25 de julho, a sua escolha recaiu em "Veneno e Sombra e Adeus", de Javier Marías, seguindo-se "Zadig ou o Destino", de Voltaire, a 28. O regresso processou-se a 6 de setembro, com "As Velas Ardem Até ao Fim", de Sándor Márai. Seguiram-se "Histórias de Cronópios e de Famas", de Julio Cortázar, no dia 8; "As Palavras Andantes", de Eduardo Galeano, a 11; "Um Copo de Cólera", de Raduan Nassar, a 14; e "Um Amor", de Sara Mesa, no dia 16. A 19 de setembro, a leitura escolhida foi "Ajudar a Estender Pontes", de Julio Cortázar. A 17 de outubro, a proposta centrou-se na poesia de José Carlos Barros com três poemas do livro "Penélope Escreve a Ulisses". Três dias mais tarde leu três poemas inseridos na obra "A Axila de Egon Schiele", de André Tecedeiro.
A 29 de novembro apresentou "Inquérito à Arquitetura Popular Angolana", de José Tolentino de Mendonça. De dia 1 do mês seguinte é a leitura de "Trieste", escrito pela croata Dasa Drndic e, no dia 3, a proposta foi um trecho do livro "Civilizações", escrito por Laurent Binet. No dia 5, Agostinho Costa Sousa dedicou atenção a "Viagens", de Olga Tokarczuk. A 7, a obra "Húmus", de Raul Brandão, foi a proposta apresentada. Dois dias mais tarde, a leitura foi dedicada a um trecho do livro "Duas Solidões - O Romance na América Latina", com Gabriel García Márquez e Mario Vargas Llosa. Seguiu-se "O Filho", de Eduardo Galeano, no dia 20. A 23, Agostinho Costa Sousa trouxe "O Vício dos Livros", de Afonso Cruz. Voltou um mês mais tarde com "Esta Gente/Essa Gente", poema de Ana Hatherly. No dia 26 de janeiro, apresentou "Escrever", de Stephen King. Quatro dias mais tarde foi a vez de Maria Gabriela Llansol com "O Azul Imperfeito". "Poemas e Fragmentos", de Safo, e "O Poema Pouco Original do Medo", de Alexandre O'Neill, foram outras recentes participações. Seguiram-se "Se Isto É Um Homem", de Primo Levi, e "Se Isto É Uma Mulher", de Sarah Helm. No dia 18 de março, a leitura proposta foi de um excerto de "Augustus", de John Williams. A 24, Agostinho Costa Sousa leu "Silêncio na Era do Ruído", de Erling Kagge; a 13 de abril, foi a vez do poema "Guernica", de Rui Caeiro e, no dia 20, apresentou um pouco de "Great Jones Street", de Don DeLillo.
No Especial dedicado ao 25 de Abril, a sua escolha foi para "O Sangue a Ranger nas Curvas Apertadas do Coração", escrito por Rui Caeiro, seguindo-se "Ararat", de Louise Glück, no Dia da Mãe e do Trabalhador, a 1 de maio. "Ver: Amor", de David Grossman, foi a proposta de dia 17. No dia 23, a leitura proposta trouxe Elias Canetti com um pouco da obra "O Archote no Ouvido".
A 31 de maio surgiu com "A Borboleta", de Tonino Guerra. A 5 de junho trouxe um excerto do livro "Primeiro Amor, Últimos Ritos", de Ian McEwan. A 17, a escolha recaiu sobre "Hamnet", de Maggie O'Farrell. A 10 de julho, o trecho selecionado saiu da obra "Ofuscante - A Asa Esquerda", do romeno Mircea Cartarescu. No dia 19 de julho apresentou "Uma Caneca de Tinta Irlandesa", de Flann O'Brien. A 31 de julho leu um trecho da obra "Por Cuenta Propia - Leer y Escribir", de Rafael Chirbes. No dia 8 de agosto foi a vez de "No Entres Docilmente en Esa Noche Quieta", de Ricardo Menéndez Salmón. A 15 de agosto apresentou "Julio Cortázar y Cris", de Cristina Peri Rossi. Uma semana mais tarde, a leitura foi de um trecho da obra "Música, Só Música", de Haruki Murakami e Seiji Ozawa. De 12 de setembro é a sua leitura de um poema do livro "Do Mundo", cujo autor é Herberto Helder.
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