Armando Liguori Junior lê "Não Viverei em Vão", de Emily Dickinson
- Paulo Jorge Pereira
- 24 hours ago
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Escrever cerca de dois mil poemas e, em vida, publicar apenas uma dezena, muitos deles sob outro nome: foi o aconteceu a Emily Dickinson, proposta de leitura que hoje nos deixa Armando Liguori Junior com um exemplo retirado do livro "Uma Centena de Poemas".
Permanece envolta num manto de incerteza e mistério uma parte substancial da vida de Emily Elizabeth Dickinson. Ainda assim, sobretudo por causa das cartas que trocou com família e amigos, é conhecida a sua origem num clã poderoso (o avô paterno, Samuel Fowler Dickinson, era advogado e foi um dos reponsáveis pela fundação do Amherst College). Nascida em Amherst, a 10 de dezembro de 1830, Emily tinha uma irmã mais velha e um irmão, tendo sido uma aluna aplicada, embora abandonasse o seminário feminino após apenas um ano.
De volta à casa paterna, viajaria muito pouco e, submetida ao autoritarismo do pai, mas também desgostosa com o amor, ganharia fama de excêntrica, uma eremita que cuidava de casa, do jardim, passou a vestir-se de branco a partir dos 30 anos, raramente saía ou recebia visitas e cuja escrita poética também não obedecia aos cânones da época. Influenciada por nomes como o amigo e editor Thomas Higginson ou Charles Wadsworth, na sua breve vida publicou somente dez poemas e uma carta, mas, depois de morrer, a 15 de maio de 1886, familiares encontraram quase 1800 poemas numa gaveta e um pedido, dirigido à irmã, no sentido de que sejam destruídos. Vários tinham dedicatória a Susan Huntington Gilbert Dickinson, a cunhada e amiga, mas, quando os editou, em parceria com Higginson, a amiga Mabel Loomis Todd retirou essa referência.
Descoberta pelos Modernistas, no começo do século XX, a poesia de Emily Dickinson só ganhou relevância muitos anos após a sua morte, ao ponto de ser uma das mais reverenciadas da língua inglesa.
Editora T.A.Queiroz/USP, S.Paulo/Tradução, introdução e notas de Aíla de Oliveira Gomes
Apenas em 1955, graças ao estudioso Thomas H. Johnson, houve edição de uma coleção de poemas da escritora, com o título "The Poems of Emily Dickinson".
Armando Liguori Junior, ator e jornalista de formação, publicou, em 2023, "Eu Poderia Estar Matando" e, mais recentemente, as obras "Sempre Haverá uma Gota de Sangue em cada Poema" (uma novela policial) e "Latidos: Poemas de Amor ou quase ou nem" (poesia). Mas tem outros livros publicados: três de poemas ("A Poesia Está em Tudo" – Editora Patuá 2020; "Territórios" – Editora Scortecci 2009; o recente "Ser Leve Leva Tempo", que já aqui apresentou; e um de dramaturgia: "Textos Curtos para Teatro e Cinema (2017) – Giostri Editora). Atualmente mantém um canal no YouTube (Armando Liguori), dedicado a leituras literárias, especialmente de poesia.
Relembro que o meu Amigo esteve em Portugal, dirigindo e atuando pelo Coletivo de Teatro Commune - no Espaço Arenes, em Torres Vedras, e em Montemor-o-Novo, no Cineteatro Curvo Semedo, com a comédia "Ubu Rei", tendo por base a obra de Alfred Jarry. Foi a Companhia João Garcia Miguel que começou por receber, em Torres Vedras, o meu Amigo Armando Liguori Junior e o restante coletivo para a comédia "Ubu Rei", num elenco com Augusto Marin, Esther Góes, Fabricio Garelli, Natalia Albuk, Paulo Dantas e Juliano Dip. No dia 21 de março, às 21h30, estiveram também no Cineteatro Curvo Semedo, em Montemor-o-Novo, para outra sessão da sua comédia.
Nesta visita, além do sucesso alcançado junto do público com a oportuna comédia, houve finalmente a oportunidade de nos encontrarmos sem ser via Internet.
Estreou-se nas leituras aqui para o blog com "Se te Queres Matar Porque Não te Queres Matar?", de Álvaro de Campos, a 15 de julho de 2020, seguindo-se "Continuidades", de Walt Whitman, a 7 de agosto e "Matteo Perdeu o Emprego", de Gonçalo M. Tavares, a 11 de setembro, várias leituras do meu "Murro no Estômago" (a 16 de outubro de 2020 e a 5 de setembro de 2021). Em 2021, a 12 de fevereiro, apresentou "Pelo Retrovisor", de Mário Baggio, seguindo-se "A Gaivota", de Anton Tchekhov, a 27 de março, Dia Mundial do Teatro; "A Máquina de Fazer Espanhóis", de Valter Hugo Mãe, a 5 de maio, Dia Mundial da Língua Portuguesa; e, a 10 de junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, com leituras de "Cheira Bem, Cheira a Lisboa", de César de Oliveira, e um trecho de "Viagem", de Miguel Torga. A 26 de outubro surgiu "O Medo", de Carlos Drummond de Andrade, e Niels Hav com "Em Defesa dos Poetas" foi o passo seguinte, a 28. Antes de hoje, Armando Liguori Junior apresentara "Algo Está em Movimento", de Affonso Romano de Sant'Anna, a 30 de outubro de 2021. A 2 de março de 2022 leu "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá", de Jorge Amado, e no dia 6 apresentou "A Máquina", de Adriana Falcão. "As Coisas", de Arnaldo Antunes, foi a proposta de 13 de março.
A 5 de maio, Dia Mundial da Língua Portuguesa, leu "Ser Leve Leva Tempo". A 13, Armando Liguori Junior deixou outro exemplo de talento ao ler "Pássaro Triste", do seu livro "Toda Saída É de Emergência". No dia 19, Cecília Meireles e o poema "Escolha o seu Sonho" foram as propostas. Seguiu-se um excerto de "Macunaíma", de Mário de Andrade, a 27 de maio. De 3 de junho é a proposta de leitura de "Sapatos", de Rubem Fonseca. A 4 de novembro leu "Samadhi", de Leila Guenther. De dia 24 é "Carta a Meus Filhos sobre os Fuzilamentos de Goya", de Jorge de Sena. "O Gato e o Pássaro", de Jacques Prévert", foi a leitura de 29 de novembro.
A 13 de janeiro trouxe um poema de Cristina Peri Rossi. A 5 de maio, no Especial sobre o Dia Mundial da Língua Portuguesa, aqui voltou o seu "Ser Leve Leva Tempo". A 18 de maio voltou "O Medo", de Carlos Drummond de Andrade. No dia 5 de junho apresentou "O Poeta Fernando", inserido no seu novo livro intitulado "Eu Poderia Estar Matando". A 15 de junho regressou "Algo Está em Movimento", de Affonso Romano de Sant'Anna. A 19 de junho leu "O Último Poema do Último Príncipe", de Matilde Campilho. A 28 de agosto voltou "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá", de Jorge Amado. De 9 de novembro é a leitura do meu terceiro livro, "Filho da PIDE". "Diluição", de Joana M. Lopes, foi lido a 29 de novembro. Voltou a 5 de dezembro com "Escolha o seu Sonho", de Cecília Meireles. A 28 de dezembro leu "Os Invisíveis", de José Henrique Calazans. "Samadhi", de Leila Guenther, voltou a 19 de janeiro. De 29 de janeiro é o poema "Ama os teus Sonhos", de Alice Vieira. A 9 de fevereiro leu "Coisas Que Não Há Que Há", de Manuel António Pina. De 19 desse mês é uma nova leitura do meu segundo romance e terceiro livro, "Filho da PIDE". A 16 de março regressou "Os Invisíveis", de José Henrique Calazans. A 2 de abril trouxe uma outra leitura de um excerto de "Filho da PIDE", algo que se repetiu a 8 e a 24 e a 4 de maio. A 18 de junho leu "Regresso", de Manuel Alegre. De dia 6 é a leitura de um trecho da "Ode Marítima", de Álvaro de Campos."Escolha o seu Sonho", de Cecília Meireles, voltou a 27 de dezembro. "O Último Poema do Último Príncipe", de Matilde Campilho, regressou a 5 de janeiro. "O Medo", de Carlos Drummond de Andrade, voltou a 15 de abril.
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