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  • Paulo Jorge Pereira

Agostinho Costa Sousa lê "Diários", de Al Berto

Tem data de 1991 o excerto do livro "Diários", de Al Berto, que Agostinho Costa Sousa hoje aqui propõe.



Uma vida dedicada à Arte, com relevo para a poesia, pintura, edição e não só: assim foi, por um lado, a atividade de Al Berto, pseudónimo de Alberto Raposo Pidwell Tavares, nascido em Coimbra, a 11 de janeiro de 1948. Tinha ascendência inglesa pelo lado da avó paterna, desde tenra idade viveu em solo alentejano e a infância ficaria marcada pelo trágico desaparecimento do pai, vítima de acidente rodoviário. Moraria em Sines até à adolescência, fase em que seria deslocado para Lisboa, passando a desenvolver os dotes artísticos na Escola António Arroio. Com a Guerra Colonial no auge, escaparia ao serviço militar em 1967, vivendo em território belga numa comunidade hippie ao mesmo tempo que estudava pintura. Ao lado de outros artistas, como Joëlle de la Casinière - com quem terá mantido um relacionamento de que teria resultado um filho, numa altura em que também tinha outras relações homossexuais -, Carlos Ferrand, Olimpia Hruska, Michel Bonnemaison e Jacques Lederlain, cria o Montfaucon Center, com a morada no 25, rue de L'Aurore, bairro de Ixelles, na capital belga, em 1972 (no ano seguinte também Sophie Podolski entraria no espaço). Já mais empenhado no universo da escrita, Al Berto teria publicado pelo Research Center local o seu livro de estreia: "Projetos 69".

O regresso a Portugal aconteceria apenas depois da Revolução. De 1977 é o segundo livro do poeta, sob o título "À Procura do Vento num Jardim d'Agosto". Segue-se uma extensa lista que envolve não apenas poesia, mas também prosa e drama: "Meu Fruto de Morder Todas as Horas2 (1980), "Trabalhos do Olhar" (1982), "O Último Habitante" (1983), "Salsugem" e "A Seguir o Deserto" (ambos de 1984), "Três Cartas da Memória das Índias", "Uma Existência de Papel" e "Apresentação da Noite" (todos de 1985), a coletânea "O Medo - Trabalho Poético 1974-1986" (1987), "Lunário" (1988), "O Livro dos Regressos" (1989), "A Secreta Vida das Imagens" (1990), "Canto do Amigo Morto" e "O Medo - Trabalho Poético 1974-1990 (1991), "O Anjo Mudo" (1993), "Luminoso Afogado" (1995), "Horto de Incêndio" (1997) - de que aqui foi apresentado, a 8 de fevereiro, um exemplo por Amílcar Mendes com o poema "Não Cantes". A 15 de abril leu "Se um Dia a Juventude Voltasse".

Um linfoma vitimou Al Berto a 13 de junho de 1997, quando tinha apenas 49 anos. E vieram as publicações póstumas: "O Medo" (1998), "Dispersos" e "Degredo no Sul" (os dois de 2007) e "Diários" (2012).

Sobre a relação que o poeta manteve com o irmão, Vicente Alves do Ó realizou o filme que se estreou em 2017.


Assírio & Alvim


"Diários", de 2012, é uma das publicações anos depois da morte de Al Berto, registada em 1997.

Agostinho Costa Sousa reside em Espinho e socorre-se da frase de Antón Tchekhov: "A medicina é a minha mulher legítima, a literatura é ilegítima" para se apresentar. Estreou-se a ler por aqui a 9 de maio com "A Neve Caindo sobre os Cedros", de David Guterson, seguindo-se "As Cidades Invisíveis", de Italo Calvino, a 16 do mesmo mês, mas também leituras de obras de Manuel de Lima e Alexandra Lucas Coelho a 31 de maio. "Histórias para Uma Noite de Calmaria", de Tonino Guerra, foi a sua escolha no dia 4 de junho. No passado dia 25 de julho, a sua escolha recaiu em "Veneno e Sombra e Adeus", de Javier Marías, seguindo-se "Zadig ou o Destino", de Voltaire, a 28. O regresso processou-se a 6 de setembro, com "As Velas Ardem Até ao Fim", de Sándor Márai. Seguiram-se "Histórias de Cronópios e de Famas", de Julio Cortázar, no dia 8; "As Palavras Andantes", de Eduardo Galeano, a 11; "Um Copo de Cólera", de Raduan Nassar, a 14; e "Um Amor", de Sara Mesa, no dia 16. A 19 de setembro, a leitura escolhida foi "Ajudar a Estender Pontes", de Julio Cortázar. A 17 de outubro, a proposta centrou-se na poesia de José Carlos Barros com três poemas do livro "Penélope Escreve a Ulisses". Três dias mais tarde leu três poemas inseridos na obra "A Axila de Egon Schiele", de André Tecedeiro.

A 29 de novembro apresentou "Inquérito à Arquitetura Popular Angolana", de José Tolentino de Mendonça. De dia 1 do mês seguinte é a leitura de "Trieste", escrito pela croata Dasa Drndic e, no dia 3, a proposta foi um trecho do livro "Civilizações", escrito por Laurent Binet. No dia 5, Agostinho Costa Sousa dedicou atenção a "Viagens", de Olga Tokarczuk. A 7, a obra "Húmus", de Raul Brandão, foi a proposta apresentada. Dois dias mais tarde, a leitura foi dedicada a um trecho do livro "Duas Solidões - O Romance na América Latina", com Gabriel García Márquez e Mario Vargas Llosa. Seguiu-se "O Filho", de Eduardo Galeano, no dia 20. A 23, Agostinho Costa Sousa trouxe "O Vício dos Livros", de Afonso Cruz. Voltou um mês mais tarde com "Esta Gente/Essa Gente", poema de Ana Hatherly. No dia 26 de janeiro, apresentou "Escrever", de Stephen King. Quatro dias mais tarde foi a vez de Maria Gabriela Llansol com "O Azul Imperfeito". "Poemas e Fragmentos", de Safo, e "O Poema Pouco Original do Medo", de Alexandre O'Neill, foram outras recentes participações. Seguiram-se "Se Isto É Um Homem", de Primo Levi, e "Se Isto É Uma Mulher", de Sarah Helm. No dia 18 de março, a leitura proposta foi de um excerto de "Augustus", de John Williams. A 24, Agostinho Costa Sousa leu "Silêncio na Era do Ruído", de Erling Kagge; a 13 de abril, foi a vez do poema "Guernica", de Rui Caeiro e, no dia 20, apresentou um pouco de "Great Jones Street", de Don DeLillo.

No Especial dedicado ao 25 de Abril, a sua escolha foi para "O Sangue a Ranger nas Curvas Apertadas do Coração", escrito por Rui Caeiro, seguindo-se "Ararat", de Louise Glück, no Dia da Mãe e do Trabalhador, a 1 de maio. "Ver: Amor", de David Grossman, foi a proposta de dia 17. No dia 23, a leitura proposta trouxe Elias Canetti com um pouco da obra "O Archote no Ouvido".

A 31 de maio surgiu com "A Borboleta", de Tonino Guerra. A 5 de junho trouxe um excerto do livro "Primeiro Amor, Últimos Ritos", de Ian McEwan. A 17, a escolha recaiu sobre "Hamnet", de Maggie O'Farrell. A 10 de julho, o trecho selecionado saiu da obra "Ofuscante - A Asa Esquerda", do romeno Mircea Cartarescu. No dia 19 de julho apresentou "Uma Caneca de Tinta Irlandesa", de Flann O'Brien. A 31 de julho leu um trecho da obra "Por Cuenta Propia - Leer y Escribir", de Rafael Chirbes. No dia 8 de agosto foi a vez de "No Entres Docilmente en Esa Noche Quieta", de Ricardo Menéndez Salmón. A 15 de agosto apresentou "Julio Cortázar y Cris", de Cristina Peri Rossi. Uma semana mais tarde, a leitura foi de um trecho da obra "Música, Só Música", de Haruki Murakami e Seiji Ozawa. De 12 de setembro é a sua leitura de um poema do livro "Do Mundo", cujo autor é Herberto Helder. "Instruções para Engolir a Fúria", de João Luís Barreto Guimarães, foi a leitura a 16 de setembro. A 6 de outubro leu um trecho da obra "Jakob, O Mentiroso", de Jurek Becker. "Rebeldes", de Sándor Márai, foi a leitura do passado dia 11. Mircea Cartarescu e "Duas Formas de Felicidade" surgiram dois dias mais tarde.

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