No Dia do Autor Português aqui ficam propostas apresentadas por Inês Henriques ("Trazer o Ouro ao Peito), Raquel Laranjeira Pais ("Trinta e Três de Agosto") e Rui Guedes ("Explicação das Árvores e de Outros Animais", de Daniel Faria).
Inês Henriques tem presença regular como leitora aqui no blog, mas hoje é da obra que escreveu que aqui se trata. A paixão e o carinho pelos livros têm acompanhado a sua vida. Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Estudos Portugueses e Franceses), escolheu o Jornalismo como profissão e o Desporto como área de atuação. Realizado o curso profissional no CENJOR, foi estagiária na Agência Lusa, à qual voltaria mais tarde, e trabalhou no jornal A Bola antes de entrar na redação do Portal Sapo. Neste contexto, a proximidade do desporto adaptado levou-a a escrever "Trazer o Ouro ao Peito - a fantástica história dos atletas paralímpicos portugueses", publicado em 2016. Agora, apesar de já não estar no universo profissional do Jornalismo, continua atenta a essa realidade ao mesmo tempo que tem sempre um livro para ler. E vários autores perto do coração.
Objetiva
O primeiro livro de Inês Henriques, dedicado à "fantástica história dos atletas paralímpicos portugueses", foi publicado em 2016.
Inês Henriques tem presença regular e já está na casa das dezenas em participações aqui no blog. Estreou-se a 27 de abril com "Perto do Coração Selvagem", de Clarice Lispector; voltou a 10 de maio e leu um excerto de "A Disciplina do Amor", de Lygia Fagundes Telles; no último dia de maio apresentou parte de "351 Tisanas", obra de Ana Hatherly; a 28 de junho, propôs literatura de cordel, com um trecho do livro "Clarisvânia, a Aluna que Sabia Demais", escrito por Luís Emanuel Cavalcanti; a 22 de agosto apresentou um excerto da obra "Contos de Amor, Loucura e Morte", escrita por Horacio Quiroga; a 15 de setembro leu um trecho de "Em Açúcar de Melancia", de Richard Brautigan; a 18 de novembro voltou com "Saudades de Nova Iorque", de Pedro Paixão, e na quinta-feira, 10 de dezembro, prestou a sua homenagem a Clarice Lispector no dia em que a escritora faria 100 anos, lendo um conto do livro "Felicidade Clandestina". Três dias mais tarde apresentava "Os Sete Loucos", de Roberto Arlt. A 3 de janeiro leu um trecho de "Platero e Eu", de Juan Ramón Jiménez. No dia 8 foi a vez de ter o seu livro em destaque por aqui, quando li um excerto de "Trazer o Ouro ao Peito". A 23, a Inês voltou e leu um trecho do livro "O Torcicologologista, Excelência", de Gonçalo M. Tavares e no dia 1 de fevereiro foi uma das participantes no Especial dedicado ao Dia Mundial da Leitura em Voz Alta com "Papéis Inesperados", de Julio Cortázar. A 13 de fevereiro apresentou um excerto do livro "Girl, Woman, Other", de Bernardine Evaristo, participando a 8 de março no Especial dedicado ao Dia Internacional da Mulher com a leitura de um trecho do livro "A Ilha de Circe", de Natália Correia. A 5 de maio participou, com Armando Liguori Junior, no Especial dedicado ao Dia Mundial da Língua Portuguesa.
No Dia do Autor Português, Raquel Laranjeira Pais lê um trecho da obra "Trinta e Três de Agosto", o seu livro de estreia.
Licenciada em Psicologia e mestre em Psicanálise e Filosofia da Cultura (Universidade Complutense de Madrid), Raquel Laranjeira Pais nasceu em Lisboa. Mas o seu interesse pela formação e respetiva diversificação não a limitou a essas fases do percurso e prosseguiu, novamente no exterior, ampliando o seu raio de ação ao Brasil, mais precisamente a São Paulo. Aqui se dedicou à Escrevedeira, um centro cultural de índole literária, mas também se empenhou na publicação de contos da sua autoria em diferentes publicações como Deriva, Pessoa e Lavoura.
De volta a Lisboa, o ofício da escrita permanece entranhado e "Trinta e Três de Agosto" assinala a sua estreia literária.
Editora Perspectiva
Na sua passagem pelo Brasil, Raquel Laranjeira Pais empenhou-se na Escrevedeira, centro cultural de índole literária.
De volta a Lisboa, o ofício da escrita permanece entranhado e "Trinta e Três de Agosto" assinala a sua estreia literária.
No Dia do Autor Português, Rui Guedes lê "Explicação das Árvores e de Outros Animais", de Daniel Faria.
Nascido em Baltar, no concelho de Paredes, a 10 de abril de 1971, Daniel Faria dedicou-se ao curso de Teologia, frequentando-o na Universidade Católica do Porto e chegando ao termo em 1996. Mas já aqui tinha uma paixão especial por poesia e pela sua escrita. Ainda assim, estabeleceu uma ligação forte à paróquia de Santa Marinha de Fornos no Marco de Canaveses. Licenciado em Estudos Portugueses pela Faculdade de Letras na Universidade do Porto, teve oportunidade de encenar "As Artimanhas de Scapan" e o "Auto da Barca do Inferno".
Numa entrevista ao Diário de Notícias em 23 de junho de 1998, explicou um pouco do seu posicionamento: "Eu escrevo para os outros. Mas, quando nós publicamos, perdemos os poemas – eu senti isso. Há uma certa fase em que eu já não consigo ler o que escrevo, é quase um processo de desamor. Depois, os leitores devolvem-nos o livro. O mecanismo secreto do amor é esse processo de diálogo, com a escrita, com os poemas entre si, na intertextualidade dos poemas com outros autores", referiu.
No seu trabalho literário publicado, além da obra aqui apresentada, "Explicação das Árvores e de Outros Animais", salientam-se "Poesia", "Dos Líquidos" e "O Livro do Joaquim".
Morreu de forma prematura, com apenas 28 anos, a 9 de junho de 1999, perto do final do noviciado no Mosteiro Beneditino de Singeverga.
Fundação Manuel Leão
"Escrevo para os outros. Mas, quando nós publicamos, perdemos os poemas - eu senti isso", confessou ao Diário de Notícias em 1998.
Rui Guedes, escritor e bibliotecário responsável pelo Bibliomóvel de Penafiel desde o início em abril de 2002, tem publicados dois livros para o público infantil - "Ri o Joaquim com Cócegas assim...", de 2016, e "Ao Fundo da Minha Rua...3 Contos", de 2017), estreando-se este ano na escrita para adultos com o livro "Traço contínuo". Para lá de descobrirem as suas obras literárias, vale a pena também perceberem como é o trabalho da Biblioteca de Penafiel, porque Portugal está muito longe de ser apenas Lisboa e as suas paisagens. E ainda tem muita gente que sabe bem que a Cultura é a nossa essência - só é pena que muita dessa gente seja cuidadosamente afastada de lugares de decisão. Pouco importa. A casa, a rua, a freguesia, o concelho, o país, o mundo e o universo podem ser melhorados todos os dias com atos, palavras, ideias e a magia infindável dos livros. E o Rui, ao lado de outros bravos cujas identidades poucos conhecem, aí estão, Humanidade fora, a demonstrar precisamente isso. A responsabilidade da cidadania não precisa de poder para ser exercida - basta querer. E a diferença fica feita numa série de pequenos gestos que, todos juntos, se transformam em grandiosas ações. Liderar pode e deve ser assim, um ato de generosidade e de ser solidário com quem nos rodeia e mais precisa de nós. Todos os dias.
Esta é a terceira participação aqui no blog, depois de apresentar um pouco do seu "Traço Contínuo", além de eu próprio ter lido "Os Rios Não Conhecem a Água", poema que entra nesse livro, a 30 de março.
Para quem não tenha informação suficiente sobre o projeto do Bibliomóvel de Penafiel, pode ler aqui uma reportagem maravilhosa, da autoria de Miguel Carvalho e Lucília Monteiro, na revista Visão de 16 de novembro. Leiam - vão ver que nunca se arrependem!
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