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  • Paulo Jorge Pereira

Especial Feira do Livro: Inês Henriques lê "Dom Casmurro", de Machado de Assis

Inês Henriques apresenta a estreia aqui no blog de um dos grandes nomes da Literatura brasileira, o escritor Machado de Assis, com um trecho do livro "Dom Casmurro".



Prosador e poeta, autor de romances (publicou 10), peças de teatro (outras tantas), contos (sete), livros de poesia (cinco coletâneas), crítico literário e jornalista, nascido no Rio de Janeiro a 21 de junho de 1839 com origem humilde, Joaquim Maria Machado de Assis tinha ascendência portuguesa do lado da mãe, a açoriana Maria Leopoldina da Câmara Machado. Mas a infância seria atribulada, pois o futuro escritor, perdeu a mãe quando tinha apenas 10 anos, mudando de casa pouco depois. Em junho de 1854 o pai voltou a casar-se, então com Maria Inês da Silva, assumindo a madrasta a educação e os cuidados com o jovem depois da morte do pai. Foi estudando em casa e de modo irregular, aprendeu latim com o padre Silveira Sarmento e revelou enorme interesse por livros e pela escrita.

Publicaria um poema em estreia no ano de 1854, passou a ser presença habitual numa livraria e, face a isso, acabou mesmo por encontrar trabalho no universo das letras - foi aprender as artes da tipografia e da revisão na Imprensa Nacional, aqui trabalhando entre 1856 e 1858. A poesia continuava a interessá-lo e garantia-lhe publicação em jornais, além de lhe permitir mudar-se para o Correio Mercantil, no qual passou a exercer a atividade de revisor e, em simultâneo, a escrever crónicas. Trava conhecimento com a ópera e escreve o libreto de "Pipelet" (1859).

Vai conquistando evidência e usando pseudónimos, passa para o Diário do Rio de Janeiro e alarga as suas participações em periódicos como o Jornal das Famílias e a Semana Ilustrada. "Crisálidas", uma primeira coletânea poética, é dedicada aos pais. Torna-se crítico literário e, por iniciativas de D. Pedro II, melhora o seu nível de vida ao ser por este indigitado para o cargo de assistente do diretor no Diário Oficial. Conhece a portuense Carolina Augusto, a quem chamará Carola, e casam-se em 1869. A influência da mulher na escrita e nos conhecimentos de Machado de Assis será determinante, tal como a sua morte, aos 70 anos, a 20 de outubro de 1904, contribuirá para acelerar a degradação da saúde do escritor. Anos antes, em 1897, é fundada a Academia Brasileira de Letras, na qual Machado de Assis é escolhido para primeiro presidente.

Aos poucos, afetado pela epilepsia e sobretudo derrotado pelo desaparecimento do grande amor da sua vida, Machado de Assis passa a ser menos visto em público. Refugia-se em casa, numa solidão profunda, apenas interrompida pela preocupação manifestada por amigos que em vão tentam resgatá-lo daquela submissão à melancolia. Morre na madrugada de 29 de setembro de 1908, em casa, no Rio de Janeiro.

Entre as suas obras mais conhecidas, além de "Dom Casmurro" (publicado em 1899), de que aqui é apresentado um excerto por Inês Henriques, incluem-se "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (1881), "Casa Velha" (1885) ou "Quincas Borba" (1891).


Almedina


Em 1904, a morte de Carolina Augusto, a portuense que se tornara sua mulher a partir de 1869, constituiu profundo abalo na saúde de Machado de Assis.

A paixão e o carinho pelos livros têm acompanhado a vida de Inês Henriques. Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Estudos Portugueses e Franceses), escolheu o Jornalismo como profissão e o Desporto como área de atuação. Realizado o curso profissional no CENJOR, foi estagiária na Agência Lusa, à qual voltaria mais tarde, e trabalhou no jornal A Bola antes de entrar na redação do Portal Sapo. Neste contexto, a proximidade do desporto adaptado levou-a a escrever "Trazer o Ouro ao Peito - a fantástica história dos atletas paralímpicos portugueses", publicado em 2016. Agora, apesar de já não estar no universo profissional do Jornalismo, continua atenta a essa realidade ao mesmo tempo que tem sempre um livro para ler. E vários autores perto do coração. Inês Henriques tem presença regular e já está na casa das dezenas em participações aqui no blog. Estreou-se a 27 de abril de 2020 com "Perto do Coração Selvagem", de Clarice Lispector; voltou a 10 de maio e leu um excerto de "A Disciplina do Amor", de Lygia Fagundes Telles; no último dia de maio apresentou parte de "351 Tisanas", obra de Ana Hatherly; a 28 de junho, propôs literatura de cordel, com um trecho do livro "Clarisvânia, a Aluna que Sabia Demais", escrito por Luís Emanuel Cavalcanti; a 22 de agosto apresentou um excerto da obra "Contos de Amor, Loucura e Morte", escrita por Horacio Quiroga; a 15 de setembro leu um trecho de "Em Açúcar de Melancia", de Richard Brautigan; a 18 de novembro voltou com "Saudades de Nova Iorque", de Pedro Paixão, e na quinta-feira, 10 de dezembro, prestou a sua homenagem a Clarice Lispector no dia em que a escritora faria 100 anos, lendo um conto do livro "Felicidade Clandestina". Três dias mais tarde apresentava "Os Sete Loucos", de Roberto Arlt. A 3 de janeiro leu um trecho de "Platero e Eu", de Juan Ramón Jiménez. No dia 8 foi a vez de ter o seu livro em destaque por aqui, quando li um excerto de "Trazer o Ouro ao Peito". A 23, a Inês voltou e leu um trecho do livro "O Torcicologologista, Excelência", de Gonçalo M. Tavares e no dia 1 de fevereiro foi uma das participantes no Especial dedicado ao Dia Mundial da Leitura em Voz Alta com "Papéis Inesperados", de Julio Cortázar. A 13 de fevereiro apresentou um excerto do livro "Girl, Woman, Other", de Bernardine Evaristo, participando a 8 de março no Especial dedicado ao Dia Internacional da Mulher com a leitura de um trecho do livro "A Ilha de Circe", de Natália Correia. A 5 de maio participou, com Armando Liguori Junior, no Especial dedicado ao Dia Mundial da Língua Portuguesa. No dia 22 de maio, ao lado de Raquel Laranjeira Pais e Rui Guedes, contribuiu para o Especial dedicado ao Dia do Autor Português. A 1 de junho interveio no Especial do Dia Mundial da Criança com "Ulisses", de Maria Alberta Menéres. No passado dia 7 de agosto, Inês Henriques leu um pouco da obra de estreia de Duarte Baião, "Crónicas do Desassossego". Chico Buarque e "Essa Gente" estiveram na sua leitura a 17 deste mês e, no dia 20, foi a vez de um pedaço do livro "À Noite Logo se Vê", de Mário Zambujal. "Sobre o Amor", de Charles Bukowski, foi a sua leitura de 7 de setembro, seguindo-se "Na América, Disse Jonathan", dois dias mais tarde.



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