A série de entrevistas para a RTP que a jornalista Anabela Mota Ribeiro tem realizado, e cuja primeira parte já está em livro, serve como mote de leitura proposto por Inês Henriques, no dia em que se assinalam os 48 anos da Revolução.
Falar de Anabela Mota Ribeiro é falar de Cultura, Feminismo e Inteligência, uma vez que no seu percurso sobressaem estas marcas. Admirável promotora de livros, entrevistadora atenta e sensível, rosto familiar à sociedade pela presença regular em televisão nos mais variados projetos, nasceu em Trás-os-Montes em 1971 e desses primeiros anos tem falado muitas vezes, conforme sucedeu recentemente no programa É ou Não É da RTP.
De resto, o trajeto que tem realizado é feito de curvas e contracurvas, mesmo que a estrada seja sempre a da Cultura. Recorrendo ao seu site, que pode ser visto aqui, o extenso currículo inclui a licenciatura e o mestrado em Filosofia na Universidade Nova de Lisboa - neste último caso, a dissertação centrou-se em "A Flor da Melancolia e o Ímpeto Cesariano (ou a Negação e a Afirmação da Vida) nas 'Memórias Póstumas de Brás Cubas', de Machado de Assis". E o escritor permanece como interesse estratégico, uma vez que é o seu objeto de estudo no doutoramento.
Como "jornalista freelance, colaborou com diversos jornais e revistas, entre eles, e de forma sistemática, DNa (suplemento do Diário de Notícias), Jornal de Negócios e Público", refere-se no seu site. No mesmo espaço se relembram os seus trabalhos nas ondas radiofónicas, por exemplo, como "correspondente da Antena 1 em Londres entre 2007 e 2008". Mais tarde, "na primavera de 2017", teria na mesma rádio "um programa de entrevistas sobre felicidade", intitulado "Todos os Sonhos do Mundo".
Liderou ou fez parceria com diferentes personalidades da Cultura em várias feiras e festivais (Feira do Livro do Porto; Festival Literário Internacional de Óbidos; Festival Literário de Paraty; Somos Douro, entre outros), assumiu responsabilidades em júris de prémios e em várias organizações culturais, estando ligada a ciclos de conferências e de cinema.
Ao longo de dez anos, "organizou e moderou um debate mensal sobre livros na Bertrand do Chiado, o Ler no Chiado".
O seu currículo inclui, por outro lado, "com André Teodósio, o projeto 'Estar em Casa', para o Teatro São Luiz", que teve "edições em janeiro de 2016, julho de 2019 e março de 2021". Pelo meio, de "janeiro de 2017 a novembro de 2018, conduziu no Centro Cultural de Belém o ciclo '(Quase) Toda uma Vida', composto de entrevistas a figuras seniores de diferentes áreas da sociedade portuguesa".
Ainda em 2017, "colaborou com o Museu de Serralves no ciclo 'Novas Perspetivas', centrado no diálogo entre arquitetos, artistas plásticos e autores de diferentes disciplinas artísticas" (já antes, em 2003, trabalhara em Serralves no colóquio "Nós, a Cultura e eu").
Na RTP tem sido criadora e tem apresentado diferentes programas, sendo "Curso de Cultura Geral" (2017 e 2018, RTP2) e "Os Filhos da Madrugada", este uma "maratona de 25 entrevistas a nascidos depois de 1974" (2021 e 2022, na RTP3) os mais recentes.
Entre março e julho de 2019 foi "visiting research fellow da Brown University". Recente é também o trabalho desenvolvido "na candidatura de Vila Real a Capital Europeia da Cultura 2027, submetida a 23 de novembro de 2021".
Quanto a livros da sua autoria, estão publicados "O Sonho de um Curioso" (2003), com 14 entrevistas, "Paula Rego por Paula Rego" (2016) e "Este Ser e não Ser - Cinco Conversas com Maria de Sousa" (ambo de 2016), "A Flor Amarela - Ímpeto e Melancolia em Machado de Assis" (2017), "Por Saramago" (2018) e "Os Filhos da Madrugada" (2021).
Na proposta hoje apresentada por Inês Henriques, é de uma das entrevistas da primeira temporada do projeto Os Filhos da Madrugada, com José Reis, que se fala.
Tema e Debates/Círculo de Leitores
"Os Filhos da Madrugada" é um projeto que Anabela Mota Ribeiro criou para a RTP com o 25 de Abril como referência, mas que já ganhou a dimensão de livro, hoje aqui apresentado por Inês Henriques.
Inês Henriques tem presença regular aqui no blog e a leitura de hoje foi apresentada em estreia a 24 de maio de 2020. A paixão e o carinho pelos livros têm acompanhado a sua vida. Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Estudos Portugueses e Franceses), escolheu o Jornalismo como profissão e o Desporto como área de atuação. Realizado o curso profissional no CENJOR, foi estagiária na Agência Lusa, à qual voltaria mais tarde, e trabalhou no jornal A Bola antes de entrar na redação do Portal Sapo. Neste contexto, a proximidade do desporto adaptado levou-a a escrever "Trazer o Ouro ao Peito - a fantástica história dos atletas paralímpicos portugueses", publicado em 2016. Agora, apesar de já não estar no universo profissional do Jornalismo, continua atenta a essa realidade ao mesmo tempo que tem sempre um livro para ler. E vários autores perto do coração. Inês Henriques tem presença regular e já está na casa das dezenas em participações aqui no blog. Estreou-se a 27 de abril de 2020 com "Perto do Coração Selvagem", de Clarice Lispector; voltou a 10 de maio e leu um excerto de "A Disciplina do Amor", de Lygia Fagundes Telles; no último dia de maio apresentou parte de "351 Tisanas", obra de Ana Hatherly; a 28 de junho, propôs literatura de cordel, com um trecho do livro "Clarisvânia, a Aluna que Sabia Demais", escrito por Luís Emanuel Cavalcanti; a 22 de agosto apresentou um excerto da obra "Contos de Amor, Loucura e Morte", escrita por Horacio Quiroga; a 15 de setembro leu um trecho de "Em Açúcar de Melancia", de Richard Brautigan; a 18 de novembro voltou com "Saudades de Nova Iorque", de Pedro Paixão, e na quinta-feira, 10 de dezembro, prestou a sua homenagem a Clarice Lispector no dia em que a escritora faria 100 anos, lendo um conto do livro "Felicidade Clandestina". Três dias mais tarde apresentava "Os Sete Loucos", de Roberto Arlt. A 3 de janeiro leu um trecho de "Platero e Eu", de Juan Ramón Jiménez. No dia 8 foi a vez de ter o seu livro em destaque por aqui, quando li um excerto de "Trazer o Ouro ao Peito". A 23, a Inês voltou e leu um trecho do livro "O Torcicologologista, Excelência", de Gonçalo M. Tavares e no dia 1 de fevereiro foi uma das participantes no Especial dedicado ao Dia Mundial da Leitura em Voz Alta com "Papéis Inesperados", de Julio Cortázar. A 13 de fevereiro apresentou um excerto do livro "Girl, Woman, Other", de Bernardine Evaristo, participando a 8 de março no Especial dedicado ao Dia Internacional da Mulher com a leitura de um trecho do livro "A Ilha de Circe", de Natália Correia. A 5 de maio participou, com Armando Liguori Junior, no Especial dedicado ao Dia Mundial da Língua Portuguesa. No dia 22 de maio, ao lado de Raquel Laranjeira Pais e Rui Guedes, contribuiu para o Especial dedicado ao Dia do Autor Português. A 1 de junho interveio no Especial do Dia Mundial da Criança com "Ulisses", de Maria Alberta Menéres. No passado dia 7 de agosto, Inês Henriques leu um pouco da obra de estreia de Duarte Baião, "Crónicas do Desassossego". Chico Buarque e "Essa Gente" estiveram na sua leitura a 17 deste mês e, no dia 20, foi a vez de um pedaço do livro "À Noite Logo se Vê", de Mário Zambujal. "Sobre o Amor", de Charles Bukowski, foi a sua leitura de 7 de setembro, seguindo-se "Na América, Disse Jonathan", dois dias mais tarde. No domingo, dia 12, foi "Dom Casmurro", de Machado de Assis, a sua escolha para ler. Dia 15 foi o escolhido para apresentar "Coração, Cabeça e Estômago", de Camilo Castelo Branco. "Flores", de Afonso Cruz, foi a sua proposta no passado dia 17. A 21 de setembro apresentou "Normal People", de Sally Rooney. A 30 de setembro revelara a mais recente leitura: "Sartre e Beauvoir: A História de uma Vida em Comum", de Hazel Rowley. "Desamor", de Nuno Ferrão, surgiu a 20 de novembro, seguindo-se, além da já mencionada em cima leitura de "Amor Portátil", também a obra "Niketche: Uma História de Poligamia", de Paulina Chiziane, no dia 13, e ainda "Olhos Azuis, Cabelo Preto", de Marguerite Duras, no dia 22. Na véspera de Natal, Pedro Paixão e "A Noiva Judia" foram os convidados na leitura de Inês Henriques. A 1 de fevereiro, Dia Mundial da Leitura em Voz Alta, apresentou um trecho de "Todas as Crónicas", de Clarice Lispector. "Platero e Eu", de Juan Ramón Jiménez, que aqui estivera em janeiro de 2021, regressou no sábado, dia 12 de fevereiro. Dois dias depois começava a leitura de excertos do livro "A Nossa Necessidade de Consolo é Impossível de Satisfazer", do sueco Stig Dagerman, que se concluiu a 19 de fevereiro. A 28, o regresso às leituras por aqui fez-se com um excerto de "Pedro Lembrando Inês", de Nuno Júdice. "Um, Ninguém e Cem Mil", de Luigi Pirandello, foi a leitura proposta no passado dia 4. "Putas Assassinas", de Roberto Bolaño, surgiu a 10 de março. Herberto Helder e "A Menstruação Quando na Cidade Passava", do livro "Poemas "Completos", foram a leitura seguinte. No dia 19, a proposta recaiu sobre "A Noite e o Riso", de Nuno Bragança. A 2 de abril, aqui se recuperara a sua leitura de um trecho da obra "Em Açúcar de Melancia", de Richard Brautigan. No dia seguinte homenageou a falecida Lygia Fagundes Telles com um trecho da obra "A Disciplina do Amor" e a 23 aqui recuperei a sua leitura de "Novas Cartas Portuguesas", de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa.
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