Em homenagem à Inês Henriques, grande amiga e grande leitora que passa por um momento duro, volto a um livro e a uma autora muito especiais: "Notas sobre o Luto", de Chimamanda Ngozi Adichie.
Professor universitário da disciplina de Estatística e intelectual respeitado, James Nwoye Adichie morreu em 2020, deixando em choque a família. Filha que tivera parte do seu processo de crescimento no próprio recinto universitário, a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie escreveu "Notas Sobre o Luto", que já aqui marcou presença em maio de 2021, como uma forma de exorcizar a dor e a falta de respostas que explicassem os motivos desta perda tão profunda. Raízes para se tornar uma mulher emancipada e acérrima defensora dos ideais feministas já Chimamanda tinha em casa, pois tanto o exemplo do pai, impulsionador do crescimento profissional da mulher, como o da mãe, Grace Ifeoma, que se tornou a primeira mulher a exercer o cargo de administradora no estabelecimento de ensino, lhe deram pistas para a sua formação. A mãe tornou-se a segunda perda de Chimamanda, tendo a morte acontecido em 2021.
Chimamanda Adichie nasceu na Nigéria, a 15 de setembro de 1977, tendo começado por dedicar-se, no capítulo dos estudos superiores, às áreas de Medicina e Farmácia. Porém, após ano e meio nestas rotinas, a sua viagem rumo aos Estados Unidos já tinha um objetivo bem diferente: Chimamanda pretendia estudar Comunicação e Ciência Política. Estreou-se em Filadélfia, mas juntou-se à irmã na Universidade do Connecticut. Seguiu-se um mestrado na área da escrita criativa (Universidade Johns Hopkins, em Baltimore) e, por fim, na Universidade de Yale, outra vertente dos estudos superiores, então como mestre de artes em Estudos Africanos.
Outra obra de Chimamanda que já aqui foi tema é "A Coisa à Volta do teu Pescoço", a 21 de outubro.
O seu primeiro livro, intitulado "A Cor do Ibisco", surgiria apenas em 2003, seguindo-se "Meio Sol Amarelo", ambos distinguidos com prémios. Além de prosseguir na escrita, incluindo contos para a revista New Yorker, Chimamanda passou também a dar palestras, entrando em várias edições das TED Talks com relevo para as participações de 2009 ("The Danger of a Single Story") e de "Todos Devemos ser Feministas" (versão em livro de 2014). No ano anterior fora premiada por "Americanah". E, se "Querida Ijeawele - Como Educar para o Feminismo", é de 2017, no ano seguinte surgiu "O Perigo de uma História Única".
D. Quixote/Tradução de Tânia Ganho
Chimamanda estabeleceu condições na Nigéria para que nascesse uma Oficina Anual de Escrita Criativa.
Quem acompanha o blog já conhece a Inês Henriques. Mas, para os menos atentos, ficam algumas notas sobre quem é e o que tem feito, incluindo por aqui...
Inês Henriques tem presença regular aqui no blog e a leitura de hoje foi apresentada em estreia a 24 de maio de 2020. A paixão e o carinho pelos livros têm acompanhado a sua vida. Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Estudos Portugueses e Franceses), escolheu o Jornalismo como profissão e o Desporto como área de atuação. Realizado o curso profissional no CENJOR, foi estagiária na Agência Lusa, à qual voltaria mais tarde, e trabalhou no jornal A Bola antes de entrar na redação do Portal Sapo. Neste contexto, a proximidade do desporto adaptado levou-a a escrever "Trazer o Ouro ao Peito - a fantástica história dos atletas paralímpicos portugueses", publicado em 2016. Agora, apesar de já não estar no universo profissional do Jornalismo, continua atenta a essa realidade ao mesmo tempo que tem sempre um livro para ler. E vários autores perto do coração. Inês Henriques tem presença regular e já está na casa das dezenas em participações aqui no blog. Estreou-se a 27 de abril de 2020 com "Perto do Coração Selvagem", de Clarice Lispector; voltou a 10 de maio e leu um excerto de "A Disciplina do Amor", de Lygia Fagundes Telles; no último dia de maio apresentou parte de "351 Tisanas", obra de Ana Hatherly; a 28 de junho, propôs literatura de cordel, com um trecho do livro "Clarisvânia, a Aluna que Sabia Demais", escrito por Luís Emanuel Cavalcanti; a 22 de agosto apresentou um excerto da obra "Contos de Amor, Loucura e Morte", escrita por Horacio Quiroga; a 15 de setembro leu um trecho de "Em Açúcar de Melancia", de Richard Brautigan; a 18 de novembro voltou com "Saudades de Nova Iorque", de Pedro Paixão, e na quinta-feira, 10 de dezembro, prestou a sua homenagem a Clarice Lispector no dia em que a escritora faria 100 anos, lendo um conto do livro "Felicidade Clandestina". Três dias mais tarde apresentava "Os Sete Loucos", de Roberto Arlt. A 3 de janeiro leu um trecho de "Platero e Eu", de Juan Ramón Jiménez. No dia 8 foi a vez de ter o seu livro em destaque por aqui, quando li um excerto de "Trazer o Ouro ao Peito". A 23, a Inês voltou e leu um trecho do livro "O Torcicologologista, Excelência", de Gonçalo M. Tavares e no dia 1 de fevereiro foi uma das participantes no Especial dedicado ao Dia Mundial da Leitura em Voz Alta com "Papéis Inesperados", de Julio Cortázar. A 13 de fevereiro apresentou um excerto do livro "Girl, Woman, Other", de Bernardine Evaristo, participando a 8 de março no Especial dedicado ao Dia Internacional da Mulher com a leitura de um trecho do livro "A Ilha de Circe", de Natália Correia. A 5 de maio participou, com Armando Liguori Junior, no Especial dedicado ao Dia Mundial da Língua Portuguesa. No dia 22 de maio, ao lado de Raquel Laranjeira Pais e Rui Guedes, contribuiu para o Especial dedicado ao Dia do Autor Português. A 1 de junho interveio no Especial do Dia Mundial da Criança com "Ulisses", de Maria Alberta Menéres. No passado dia 7 de agosto, Inês Henriques leu um pouco da obra de estreia de Duarte Baião, "Crónicas do Desassossego". Chico Buarque e "Essa Gente" estiveram na sua leitura a 17 deste mês e, no dia 20, foi a vez de um pedaço do livro "À Noite Logo se Vê", de Mário Zambujal. "Sobre o Amor", de Charles Bukowski, foi a sua leitura de 7 de setembro, seguindo-se "Na América, Disse Jonathan", dois dias mais tarde. No domingo, dia 12, foi "Dom Casmurro", de Machado de Assis, a sua escolha para ler. Dia 15 foi o escolhido para apresentar "Coração, Cabeça e Estômago", de Camilo Castelo Branco. "Flores", de Afonso Cruz, foi a sua proposta no passado dia 17. A 21 de setembro apresentou "Normal People", de Sally Rooney. A 30 de setembro revelara a mais recente leitura: "Sartre e Beauvoir: A História de uma Vida em Comum", de Hazel Rowley. "Desamor", de Nuno Ferrão, surgiu a 20 de novembro, seguindo-se, além da já mencionada em cima leitura de "Amor Portátil", também a obra "Niketche: Uma História de Poligamia", de Paulina Chiziane, no dia 13, e ainda "Olhos Azuis, Cabelo Preto", de Marguerite Duras, no dia 22. Na véspera de Natal, Pedro Paixão e "A Noiva Judia" foram os convidados na leitura de Inês Henriques. A 1 de fevereiro, Dia Mundial da Leitura em Voz Alta, apresentou um trecho de "Todas as Crónicas", de Clarice Lispector. "Platero e Eu", de Juan Ramón Jiménez, que aqui estivera em janeiro de 2021, regressou no sábado, dia 12 de fevereiro. Dois dias depois começava a leitura de excertos do livro "A Nossa Necessidade de Consolo é Impossível de Satisfazer", do sueco Stig Dagerman, que se concluiu a 19 de fevereiro. A 28, o regresso às leituras por aqui fez-se com um excerto de "Pedro Lembrando Inês", de Nuno Júdice. "Um, Ninguém e Cem Mil", de Luigi Pirandello, foi a leitura proposta no passado dia 4. "Putas Assassinas", de Roberto Bolaño, surgiu a 10 de março. Herberto Helder e "A Menstruação Quando na Cidade Passava", do livro "Poemas "Completos", foram a leitura seguinte. No dia 19, a proposta recaiu sobre "A Noite e o Riso", de Nuno Bragança.
A 2 de abril, aqui se recuperara a sua leitura de um trecho da obra "Em Açúcar de Melancia", de Richard Brautigan. No dia seguinte homenageou a falecida Lygia Fagundes Telles com um trecho da obra "A Disciplina do Amor" e a 23 aqui recuperei a sua leitura de "Novas Cartas Portuguesas", de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa. No Especial do passado 25 de Abril, Inês Henriques apresentou um excerto da obra "Os Filhos da Madrugada", de Anabela Mota Ribeiro. A 5 de maio, no Especial dedicado ao Dia Mundial da Língua Portuguesa, propôs "Manual de Pintura e Caligrafia", de José Saramago. A 6 de junho apresentou um excerto da obra "A Sangrada Família", de Sandro William Junqueira.
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